O senador Omar Aziz, presidente da CPI da Covid, declarou nesta quarta-feira, dia 11, durante o depoimento do diretor Vitamedic, Jailson Batista, que a farmacêutica fabricante da Ivermectina, lucrou milhões de reais com a venda de remédio ineficaz para covid-19. Isso tudo às custas de milhares de vidas perdidas para a doença.
Jailson Batista admitiu que a empresa patrocinou um manifesto do grupo ‘Médicos pela Vida’, no valor de R$ 717 mil, que fazia propaganda do medicamento como “tratamento precoce” contra a covid-19. O uso do remédio sem comprovação científica também foi incentivado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Com toda a propaganda em volta do remédio, a empresa conseguiu aumentar o faturamento que era de R$ 200 milhões em 2019, antes da pandemia, para R$ 540 milhões em 2020, durante a crise de saúde. A propaganda do remédio foi veiculada no dia 16 de fevereiro de 2021 em veículos de comunicação, mesmo após o colapso no sistema de saúde de Manaus.
“Esse manifesto é após a morte de mais 200 pessoas por dia na cidade de Manaus, e nem isso sensibilizou o laboratório que era mentira, que era Fake News [o tratamento precoce]… Visou lucro, mancomunado com alguns médicos. Se isso não for crime, não tem mais nenhum crime pra gente investigar aqui nessa CPI”, afirmou o senador Omar Aziz.
“O TrateCov já tinha sido tentado na cidade de Manaus em janeiro, e esse documento é mais de um mês depois. Depois que milhares de amazonenses perderam a vida, inclusive, o meu irmão. Mas isso não sensibilizou. Era o lucro que eles queriam, e utilizando da boa fé da população brasileira. Todo mundo fazendo propaganda, era sites, o presidente, médicos e o laboratório que tinha um faturamento de R$ 200 milhões, vai para 534 milhões, à custa de vida de brasileiros”, completou Aziz.