Vendedora da TIM é demitida após denunciar tentativa de estupro de colegas de trabalho

Rio de Janeiro – Uma vendedora da loja Tim do Norte Shopping, na Zona Norte do Rio de Janeiro, contou em suas redes sociais que foi demitida após usar o canal interno da empresa para denunciar uma tentativa de estupro de um colega de trabalho e de seu gerente geral.

Segundo o delegado que investiga o caso, Deoclécio Assis, um dos acusados chamava o espaço do refeitório de “sala da sarrada”.

A vítima conta que tentou continuar trabalhando normalmente por precisar do emprego. Mas, diante da dificuldade em ter que se relacionar diariamente com os acusados, decidiu recorrer a um canal interno da empresa para denunciar a situação.

“Decidi fazer a denúncia interna na TIM e responder uma avaliação da gestão do gerente geral, mal eu sabia que minha vida se tornaria ainda pior. Ele começou o olhar de cara feia e a me excluir dos grupos de trabalho para o meu bom desempenho profissional. Até que no dia 01.06.2021, me chama até a sala e depois chama os dois colegas de trabalho que presenciaram que eu fui atacada, humilhada de várias formas, ameaçada e coagida simplesmente porque ele teve acesso à denúncia e à avaliação da sua gestão, que eu claramente respondi de forma negativa”, escreveu na rede social.

A vendedora contou ainda que após fazer um registro de ocorrência, ficou muito abalada, precisando de cuidados médicos, que resultaram em uma licença de dois dias, que foi renovada por mais cinco.

Ao final do prazo, ela disse foi chamada até a sede da empresa, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade, onde acabou sendo demitida.

“A coordenadora me demitiu por justa causa, no meio de uma crise de ansiedade, e me demitiu de forma humilhante, falando sobre eu ter ferido a honra dos meus superiores e colegas de trabalho, quebrando o código de ética da TIM”, contou a mulher. Ela foi diagnosticada com depressão, ataque de pânico e estresse pós-traumático.

Procurada para se manifestar sobre o caso, a TIM enviou uma nota dizendo que a apuração dos fatos ocorre sob sigilo, que lamenta a situação da funcionária e que mantém um “canal sério e sigiloso” para denúncias.