Surto da ‘doença da urina preta’ já afeta mais de 25 pessoas no Amazonas

Itacoatiara – A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-RCP) recebeu, nesta sexta-feira (27), mais cinco casos notificados de rabdomiólise em Itacoatiara (distante 176 quilômetros de Manaus). Além deles, um caso foi notificado em Caapiranga e um Manaus.

A síndrome está associada à Doença de Haff, conhecida como “doença da urina preta”, já que a maioria dos pacientes consumiu peixes antes de apresentar os sintomas.

Ao todo, são 26 casos notificados da doença em todo o Amazonas. Em Itacoatiara, são 24 casos no total. Dos cinco novos casos, três seguem internados no Hospital Regional José Mendes.

Todos os casos são pertencentes à mesma família, são quatro adultos (duas mulheres e dois homens) e uma criança de um ano e sete meses, que residem na Vila do Novo Remanso, zona rural de Itacoatiara.

Em Manaus, também se encontram internados em um hospital da rede pública, o paciente oriundo de Caapiranga, sexo masculino, 65 anos, e outro residente da capital, 69 anos.

De acordo com a coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS/FVS-RCP), Liane Souza, o surto em Itacoatiara foi confirmado para rabdomiólise, sem registro de casos graves e óbitos pela doença.

Consumo de peixes

O infectologista da FMT, Antônio Magela, explica que a síndrome de rabdomiólise é uma condição caracterizada por lesão muscular aguda. Quando relacionada à ingestão de peixes, ela é chamada de Doença de Haff.

De acordo com ele, os casos de Itacoatiara indicam ser a Doença de Haff. Apesar de ser conhecida como “doença da urina preta”, a Secretaria de Saúde informou que esse sintoma não foi identificado em nenhum paciente, até o momento.

A investigação apontou características em comum nos casos: a identificação deles em núcleos familiares, consumo prévio de peixes e casos com quadro agudo.

Investigação 

A secretária de Saúde de Itacoatiara, Rogéria Aranha, informou que a investigação epidemiológica observou que os pacientes consumiram peixes antes de apresentarem os sintomas, mas ainda não é possível apontar que o alimento estava contaminado.

De acordo com ela, serão abertas linhas de pesquisa junto com os estudiosos pra tentar identificar a causa da infecção.