Curtindo suas férias, Bolsonaro nega ajuda da Argentina para tragédia na Bahia

BRASIL – Em suas férias sem fim em Santa Catarina, Jair Bolsonaro (PL) se pronunciou nesta quinta-feira (30) sobre a recusa à ajuda humanitária do governo da Argentina para auxiliar as vítimas das fortes chuvas no sul da Bahia.

Segundo o mandatário, o “fraterno oferecimento argentino” foi feito quando as Forças Armadas, em coordenação com a Defesa Civil, já estavam prestando aquele tipo de assistência à população afetada, inclusive com o apoio de três helicópteros da Marinha e do Exército.

O país vizinho ofereceu apoio psicossocial e se comprometeu a mandar profissionais especializados em saneamento para a região, ajuda que foi prontamente recusada pelo Itamaraty.

Bolsonaro, que se recusa a pausar suas férias para visitar o estado da Bahia e as vítimas das enchentes, disse que o governo brasileiro avaliou que a ajuda argentina não seria necessária naquele momento, mas poderá ser acionada oportunamente, em caso de agravamento das condições. Ele afirmou ainda que o governo está aberto a ajuda e doações internacionais.

Oposição se manifesta

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou nesta quarta-feira, 29, que pretende convocar o ministro Carlos França, das Relações Exteriores, para prestar esclarecimento no Senado sobre a recusa do governo federal à ajuda humanitária oferecida pela Argentina para a Bahia.

De acordo com reportagem do jornal Estado de S.Paulo, o parlamentar disse que também pretende pedir ao Tribunal de Contas da União (TCU) que o dinheiro gasto pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua viagem de lazer a Santa Catarina seja devolvido para o enfrentamento da crise.

O governador da Bahia, Rui Costa (PT-BA), informou na quarta-feira que o governo Bolsonaro dispensou uma oferta de ajuda humanitária da Argentina para vítimas das enchentes no sul do Estado, no momento em que 37,3 mil pessoas estão desabrigadas e dependem das mais variadas doações.

O presidente argentino, Alberto Fernández, ofereceu o envio de uma missão internacional com dez profissionais especializados nas áreas de logística, água, saneamento e apoio psicossocial para vítimas de desastres naturais. Segundo o governador, a ajuda incluía, por exemplo, a oferta de comprimidos que tornam a água potável.