Especialistas acreditam que pico da Ômicron no Brasil será em fevereiro

BRASIL – A pandemia de coronavírus foi agravada pelo surgimento da Ômicron, uma variante mais contagiosa e menos letal do vírus causador da Covid-19. Nesta terça-feira (18), o Brasil registrou um novo recorde no aumento do números de casos da doença nas últimas 24 horas.

O Ministério da Saúde informou que, foram confirmados 137.103 novos casos de Covid-19. O número fica abaixo apenas dos 150.106 casos informados em 18 de setembro do ano passado, quando houve um enorme volume de casos registrados devido a dados represados.

De acordo com especialistas, com base na experiência de outros países, o Brasil deve atingir o pico de contágio dentro de 2 ou 3 semanas.

Os dados de países como África do Sul, Reino Unido, Canadá e Austrália sugerem que após o aumento de novos casos, que dura cerca de 5 semanas, a tendência é de queda acentuada.

“Vamos observar essa curva aqui e o estado onde isso será visto precocemente é São Paulo, que teve os primeiros casos. No entanto, como teve réveillon e férias, houve uma sincronização entre as regiões. É um tsunami que vem e vai muito rapidamente. Se considerarmos a semana entre Natal e Ano Novo como início da curva epidemiológica, teremos o pico no começo de fevereiro para depois começar a queda. Isso, claro, se a nossa curva epidêmica se comportar de forma semelhante”, explicou ao jornal O Globo o infectologista, professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Julio Croda.

Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo e especializada em epidemiologia pela Universidade Johns Hopkins, afirma que a curva da Ômicron é mais aguda por ter maior taxa de transmissão, mas ressalta que os dados no cenário brasileiro podem ser imprecisos devido à falta de testes.

A vacinação infantil, investimento em doses de reforço e isolamento social são medidas capazes de tornar a redução de casos ainda mais célere, de acordo com Filipe da Veiga, infectologista. “Os países que adotam testagem maciça e autoisolamento, em duas semanas, têm 30% de queda de casos”, comenta.