Senador Omar sobre convocação de Queiroga: “vai dar explicações sobre o comportamento antivacina”

BRASIL – A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado aprovou nesta segunda-feira (7) a convocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para explicar a nota técnica elaborada por técnicos da pasta que atribuía maior segurança à hidroxicloroquina que às vacinas no tratamento da Covid – contrariando evidências científicas.

Segundo o autor do requerimento, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Queiroga também deve ser questionado sobre a “demora” entre a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o início da vacinação infantil contra Covid no país.

A comissão também aprovou convocação da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, para explicar uma outra nota técnica – esta, contrária à possibilidade de exigir passaporte vacinal de crianças para o retorno às aulas presenciais.

comparecimento de Queiroga e Damares é obrigatório, e a Constituição Federal diz que a ausência sem justificativa é crime de responsabilidade. Em geral, os ministros podem combinar a melhor data com a presidência da comissão que aprovou o requerimento.

Omar Aziz repercute convocação

Ainda na manhã desta segunda-feira, em entrevista à Globo News, o senador Omar Aziz (PSD-AM), que presidiu a CPI da Covid-19 no Senado Federal, falou sobre a convocação de Queiroga e quais serão os temas tratados durante a ida do ministro à CDH.

“Não é possível que um médico cardiologista, que já foi presidente da Associação de Cardiologia do Brasil, tenha esse tipo de comportamento. Eu vi a entrevista dele, fico muito triste em não ver ele fortalecendo a vacinação das crianças”, pontou Aziz.

O senador ainda apontou o comportamento negacionista adotado por Queiroga frente à pasta. “Ele coloca em dúvida a eficácia da vacina. O ministro não pode ser dúbio!”

Aziz ainda falou que, apesar do fim da CPI da Pandemia, os senadores estão atentos aos atos e omissões do governo federal e vigilantes para apurar todas as situações: “Hoje nós não temos a CPI, mas nós temos o Observatório [da Pandemia, presidida por Omar e Randolfe] e temos membros em diversas comissões, em qualquer uma delas nós podemos convocar qualquer membro do governo federal para dar explicações sobre o comportamento antivacina, anticiência”.