Relatório feito pela CPI da Pandemia é entregue ao TPI em Haia, e Bolsonaro está na lista

Nesta quarta-feira (09/02) foi entregue ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia o relatório feito pela CPI da Pandemia, responsável por julgar indivíduos acusados de crimes contra a humanidade. A Comissão Parlamentar de Inquérito, encerrada no ano passado, investigou a atuação do governo de Jair Bolsonaro no combate da pandemia de Covid-19. A informação é da Folha de São Paulo.

De acordo com o documento enviado pela CPI, presidida pelo senador Omar Aziz, Jair Bolsonaro teria cometido nove crimes durante a crise causada pela Covid-19, sendo eles os seguintes: prevaricação, charlatanismo, epidemia com resultado de morte, infração a medidas sanitárias preventivas, emprego irregular de verba pública, incitação ao crime, falsificação de documentos particulares, crime de responsabilidade e crimes contra a humanidade.

“É mais um passo fundamental no combate à impunidade. O nosso trabalho continua, não iremos descansar até que a justiça seja feita”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que fez parte da CPI.

O Tribunal Penal Internacional emitiu um protocolo confirmando ter recebido o relatório, que agora será analisado de maneira sigilosa.

A CPI: A chamada CPI da Covid-19 foi feita em 2021 e durante seis meses, investigou a atuação do governo federal na Pandemia da Covid-19. No fim dos trabalhos da comissão, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), relator da CPI, apontou Jair Bolsonaro como um principal responsável pelos erros cometidos pelo governo federal diante da pandemia.

Além de afirmar que o atual presidente teria agido de forma ‘não técnica e desidiosa’, Bolsonaro também é apontado como o responsável pela criação do chamado ‘Gabinete Paralelo’, que visaria “imunizar a população por meio da contaminação natural, (…) sem amparo científico “. O relatório também aponta que o chefe do poder executivo também teria atrasado a compra de imunizantes contra a doença de maneira deliberada, apresentando um “evidente descaso com a vida das pessoas”.

Além de Jair Bolsonaro, outras 80 pessoas foram indiciadas.