Mortes de homens gays em SP é investigada e há suspeita sobre serial killer

BRASIL – No fim da tarde do dia 4 de março, o jovem Wellington Henrique Cirino Cardoso, de 25 anos,  foi encontrado morto no chão do quarto do apartamento em que vivia na movimentada esquina das ruas Artur de Azevedo e Mateus Grou, em Pinheiros, na zona oeste. Vestia um terno azul nada carnavalesco, tinha a cabeça coberta por sacos de plástico, o pescoço amarrado com uma camiseta, um carregador de eletroeletrônico e sinais de asfixia.

O rapaz era gay e sua morte acendeu o alerta na comunidade LGBTQIA+ paulistana, preocupada com a hipótese de haver alguma conexão entre o episódio e a morte de dois homens, um deles também gay, encontrados com sacos plásticos na cabeça, em diferentes circunstâncias, em setembro do ano passado.

O jornalista Fefito, colunista do UOL, usou suas redes sociais para informar que apura os casos. “Estou tentando apurar a história do suposto serial killer do Grindr (rede social), tenho um amigo  junto a polícia para saber mais sobre os casos”, disse o jornalista.

Entenda o caso

De acordo com reportagem do portal UOL, o primeiro episódio teve como vítima o ator de novelas e musicais Luiz Carlos Araújo, de 42 anos, encontrado por amigos na cama de casa, na rua Aurora, no centro, em 11 de setembro.

Ele havia participado da novela “Carinha de Anjo”, do SBT.O ator estava há alguns dias sem se comunicar em suas redes, o que levou uma de suas amigas a procurar o porteiro do prédio em que ele morava, para tentar saber o que havia acontecido.

Foram até a entrada do seu apartamento e sentiram um forte odor. Chamaram a polícia. A porta estava trancada por dentro com uma chave tetra, então foi preciso chamar um chaveiro para arrombá-la. Luiz estava deitado em sua cama, asfixiado com um saco plástico fino na cabeça, vestindo camiseta.

Apenas nove dias depois de a polícia encontrar Luiz morto em casa, a polícia foi chamada para uma segunda ocorrência com característica semelhante: o gerente de um hotel simples na avenida Oratório, na Mooca, na zona Leste, havia encontrado um homem morto em um quarto, com dois sacos plásticos presos à cabeça.

Hospedado desde o dia 17 de setembro, o gerente de lojas Luiz Henrique Giurno, de 39 anos, dizia aguardar apenas o conserto de seu carro em uma oficina próxima dali para deixar o hotel. Pai de uma criança de seis anos, ele vivia uma fase difícil com a namorada atual, segundo apurou a família.

O gerente do hotel, José Carlos Bonomi, de 58 anos, observava a rotina do rapaz: tinha um telefone celular mais antigo (que não é do tipo smartphone) e ia à recepção para pedir para usar o telefone fixo. Ele se hospedava sozinho.

De acordo com o relato do gerente, confirmado pelo registro das câmeras de segurança, não recebia visitas.Na segunda-feira, dia 20, ao observar que o cliente não havia renovado o pagamento de sua diária, o gerente telefonou para ele. Não teve resposta.

À noite, decidiu acessar o cômodo para verificar se estava tudo bem. Encontrou o jovem deitado de lado, em posição fetal, coberto com um lençol e um cobertor, já sem vida.

No local, os policiais encontraram sinais de que a vítima havia se entorpecido. O caso ainda não foi relatado ao Judiciário, mas a polícia não vê no caso outros caminhos diferentes à hipótese de suicídio.