Rede Amil estaria negando cirurgias e até mesmo exames para pacientes

BRASIL – Desde o começo de 2022, quando mudou de administração, diversos clientes da rede de saúde Amil têm reclamado da negligência da empresa em diversos serviços, como a retirada de vários hospitais da lista de atendimento, negação de exames e cirurgias, além da dificuldade de conseguir consulta.

A Amil, que agora é ligada à Assistência Personalizada à Saúde (APS), negou irregularidades e disse que segue as normas da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). “A empresa reitera que não houve nenhuma modificação de rede credenciada e de contrato vigente com os beneficiários em função da transferência de carteira ocorrida no dia 1º de janeiro de 2022″, disse ao site UOL.

Em 2012, a rede Amil foi comprada pelo UnitedHealth Group, por R$ 10 bilhões. Dez anos depois, o grupo americano colocou a empresa à venda, devido a problemas de gestão e falta de interesse em investir recursos. Na época, a Amil operava com 15 unidades hospitalares, 53 ambulatórios, 1,2 mil hospitais credenciados, 7,4 mil laboratórios e centros de diagnósticos credenciados, 19,5 mil colaboradores, 2,9 milhões de beneficiários de planos de saúde e 2,19 milhões de assinantes de planos odontológicos. Atualmente, sob o comando da APS, esses números diminuíram e as reclamações aumentaram.

FALHAS

De acordo com fontes ligadas à empresa, o presidente do conselho do UHG, Edson de Godoy Bueno, não decidia nada, assim como acontece com o novo CEO da empresa no Brasil, José Carlos Magalhães, e o CEO da própria Amil, Edvaldo Viera. Tudo é definido pelos americanos, acostumados com processos de seguros e não administração de hospitais e planos de saúde, em um mercado complexo e com suas peculiaridades como é o brasileiro.

Durante o processo de venda, para se livrar do problema que virou a Amil, a UnitedHealth Group adotou ações polêmicas, como alteração dos cerca de 340 mil beneficiários de planos individuais para a empresa de investimentos Fiord Capital, que ficou com a carteira e ainda recebeu R$ 3 bilhões para isso.