Brasil – O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou a cerimônia de posse dos novos ministros para defender a ditadura militar, que completa 58 anos nesta quinta-feira (31), e os ditadores Emílio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e Humberto Castelo Branco. Durante o discurso, o chefe do Executivo brasileiro disse que “nada” ocorreu em 31 de março de 1964, dia do golpe militar que derrubou o então presidente João Goulart e deu início ao regime de exceção.
Bolsonaro elogiou obras faraônicas do período militar – que foram focos de corrupção – e ainda fez comparações entre a ditadura e o seu governo. “O que seria do Brasil sem as obras do governo militar? Não seria nada. Seríamos uma republiqueta. O que seria da agricultura sem Geisel? O que seria da Amazônia sem Castello Branco, que criou Zona Franca de Manaus? Todos aqui tinham direito, deputado Silveira, de ir e vir”, afirmou o chefe do Executivo ao deputado Daniel Silveira (União Brasil-RJ), que está sob medidas restritivas por atentar contra a democracia. “A composição dos ministérios (na ditadura) era parecida com os meus ministérios”, acrescentou.
O ataque ao STF ficou ainda mais claro quando Bolsonaro defendeu o deputado Daniel Silveira, que sofre medidas restritivas da Justiça por ataque à democracia. “É muito fácil falar Daniel Silveira, cuida da tua vida. Não vou falar isso”, declarou. “Ele pode ser preso a qualquer momento, não é comigo, deixa para lá.. Vai chegar em você”, seguiu, como se estivesse utilizando um exemplo aleatório. “Pode ter seus bens confiscados?”, acrescentou, em nova referência indireta.
O presidente ainda disse que tem a obrigação de exigir transparência no voto. “Agora proibiram duvidar de urna eletrônica”, afirmou. Ele prometeu agir, embora sem explicar como. “Não pode ter conselheiros ao teu lado dizendo o tempo todo: calma, calma, espera o momento oportuno. Calma é o cacete, pô”.