Vale do Javari: Justiça Federal decreta prisão preventiva de envolvidos nos assassinatos de Bruno e Dom

Amazonas – A Justiça Federal do AM converteu em preventiva — sem data para acabar — as prisões de Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado; Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos; e Jeferson da Silva Lima, conhecido Pelado da Dinha, os três principais investigados pelos assassinatos a tiros do indigenista Bruno Pereira e Dom Phillips, na região do Vale do Javari, na Amazônia, no início de junho.

A informação foi prestada pela Polícia Federal, que também indicou que Rubens Villar Coelho, o Colômbia, teve prisão preventiva decretada, após ser detido em flagrante por uso de documento falso nesta quinta-feira, 7. Ele é investigado como um dos financiadores da pesca ilegal em terras indígenas e tem ligação com Amarildo, o Pelado, que confessou o crime e indicou o local onde os corpos foram enterrados.

Segundo a PF, os presos devem ser transferidos para Manaus, onde “permanecerão à disposição das autoridades policiais e da Justiça Federal”. A Polícia Federal ainda investiga a suposta participação de mais cinco pessoas na ocultação dos corpos. Elas foram indiciadas, segundo informou a corporação em coletiva nesta sexta-feira, 8.

A conversão das prisões temporárias dos três principais investigados da chamada Operação Javari foi solicitada pela Polícia na quarta-feira, 6. O pedido foi analisado pela Justiça Federal, uma vez que a juíza Jacinta Silva dos Santos, da Comarca de Atalaia do Norte, no interior do Amazonas, declinou da competência do caso. A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público do Estado.

Ao analisar o relatório das investigações realizadas pelas Polícias Civil e Federal, a magistrada considerou que a motivação dos assassinatos de Bruno e Bom está diretamente ligada com os direitos indígenas, “cuja análise da matéria jurídica é de competência da Justiça Federal”, informou o Tribunal de Justiça do Amazonas.

Segundo a promotoria, a possível motivação do crime estaria ligada à defesa dos direitos indígenas decorrente da atuação do indigenista Bruno Araújo no combate a pesca ilegal dentro da reserva do Vale do Javari.

Via: O Dia