Marielle Franco será homenageada com estátua no Centro do Rio de Janeiro

BRASIL – A estátua de bronze em tamanho real, de 1,75m, da ex-vereadora Marielle Franco, executada no dia 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro, será inaugurada nesta quarta-feira (27), na Praça Mário Lago, no centro da capital fluminense.

A inauguração, que é realizada pelo Instituto Marielle Franco, ocorre na mesma data em que a vereadora completaria 43 anos de vida e dois dias depois do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

De acordo com o Instituto, criado e dirigido pela família, o local escolhido, conhecido como “Buraco do Lume”, não foi por acaso: era o lugar onde Marielle ia todas às sextas-feiras para prestar contas à população sobre sua atuação enquanto vereadora e presidenta da Comissão da Mulher da Câmara Municipal do Rio.

O dia da inauguração contará com algumas comemorações. A primeira será uma missa em homenagem à Marielle, às 10h, organizada pela família na Igreja Nossa Senhora do Parto, no Centro do Rio de Janeiro.

Às 17h, no local da estátua, terá uma aula pública de intelectuais negras intitulada “A memória é a semente para novos futuros: legado, justiça e reparação”, com Eliana Alves Cruz, Thula Pires e Anielle Franco, irmã da ex-vereadora. Em seguida, às 19h, será feita uma batalha de poesias em defesa à memória de Marielle.

Em 2021, o Instituto, que fez uma vaquinha virtual para arrecadar recursos para construir a estátua, esculpida pelo artista plástico Edgard Duvivier, recebeu cerca de 650 doações e levantou quase R$ 40 mil.

Relembre o caso

Marielle Franco foi executada a tiros dentro de um carro na Rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, região central do Rio de Janeiro. O crime ocorreu por volta das 21h, após a vereadora ter deixado um evento na Casa das Pretas, no bairro da Lapa.

Além da parlamentar, o motorista Anderson Pedro Gomes também foi baleado e morreu. Fernanda Gonçalves, chefe de gabinete do mandato, atingida por estilhaços, foi a única sobrevivente.

A investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) aponta que um veículo dirigido pelo ex-policial militar Élcio de Queiroz emparelhou com o carro da parlamentar. De dentro do veículo, o sargento reformado da Polícia Militar, Ronnie Lessa, teria atirado ao menos treze vezes contra o grupo.

A ex-vereadora, que estava no banco traseiro, foi alvejada quatro vezes na cabeça enquanto Anderson levou três tiros nas costas.

Em nota, a Polícia Civil do Rio de Janeiro informou à CNN que as investigações continuam na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), junto com a Força-Tarefa do Ministério Público, e estão sob sigilo. Segundo o documento, a equipe se reuniu com os familiares da vereadora e diversas diligências foram realizadas este ano.

O Comunicado do MPRJ diz que o órgão não fornece detalhes sobre investigações sigilosas e ainda em curso. Em relação ao processo dos executores Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, após a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF) ter negado o pedido da defesa do sargento reformado para cassar a decisão que o mandou a júri popular, o MPRJ ressalta que “o feito prossegue para marcação do Plenário e julgamento da causa pelo Tribunal do Júri”.

Élcio Queiroz e Ronnie Lessa foram presos preventivamente e estão em um presídio federal de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. O caso ainda não foi julgado e ainda não tem data de decisão.