“Tentam me calar”, diz Luciano Hang após ter redes sociais suspensas

BRASIL – Luciano Hang, dono das lojas Havan, e um dos empresários investigados por supostamente apoiar um golpe de Estado, teve as contas do Instagram, Facebook e TikTok bloqueadas, na terça-feira (23), após operação da Polícia Federal. Ele disse que foi censurado pela Justiça.

“Tenho certeza de que este era o objetivo de toda esta narrativa armada contra mim: tentar me calar. Mas sigo tranquilo, pois tenho a consciência limpa e milhões de brasileiros ao meu lado. Desde que me tornei ativista político, luto pela liberdade do cidadão e por um Brasil melhor, mais próspero e justo”, diz a nota do empresário.

A reportagem do Metrópoles procurou as redes sociais, mas ainda não obteve retorno do Facebook e do TikTok. O Instagram informou que não vai se manifestar sobre o caso.

Após o colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, revelar as conversas de teor golpista entre executivos, em grupo no WhatsApp, os seguintes empresários entraram na mira do Supremo Tribunal Federal (STF) e da PF:

  • Afrânio Barreira Filho, dono do grupo Coco Bambu;
  • Ivan Wrobel, da W3 Engenharia;
  • José Isaac Peres, dono da gigante de shoppings Multiplan;
  • Luciano Hang, do grupo Havan;
  • André Tissot, da Sierra Móveis;
  • Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, da Mormaii;
  • Meyer Nigri, da Tecnisa; e
  • José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro.

Os agentes da PF cumpriram, na terça, mandatos em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, ainda determinou o bloqueio das contas bancárias dos empresários e de seus respectivos perfis nas redes sociais. O magistrado ainda estabeleceu a tomada de depoimentos e a quebra de sigilo bancário.

A reportagem não conseguiu identificar se as contas dos outros empresários também saíram do ar e aguarda retorno das redes sociais.

Celular recolhido

No mesmo dia da operação, Luciano Hang relatou que trabalhava em sua empresa, às 6h, quando a PF o abordou e recolheu seu telefone celular.

“Eu faço parte de um grupo de 250 empresários, de diversas correntes políticas, e cada um tem o seu ponto de vista. Que eu saiba, no Brasil, ainda não existe crime de pensamento e opinião”, afirmou.

“Em minhas mensagens em um grupo fechado de WhatsApp, está claro que eu nunca, em momento algum, falei sobre golpe ou sobre STF. Eu fui vítima da irresponsabilidade de um jornalismo raso, leviano e militante, que infelizmente está em parte das redações pelo Brasil”, concluiu.

Praticamente todos os integrantes do grupo fizeram ataques sistemáticos ao STF, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a quaisquer pessoas ou instituições que se oponham a Jair Bolsonaro.