Jornalistas são perseguidos e hostilizados por bolsonaristas após culto evangélico

BRASIL – Na terça-feira (4), após a Reunião de Obreiros e Pastores na Assembleia de Deus Madureira, realizada na capital paulista, um grupo de jornalistas foi perseguido e hostilizado por dezenas de apoiadores do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PL), que discursou no evento para pedir votos. A Sputnik Brasil esteve no local.

Após sua participação no culto no templo localizado no bairro do Brás, na capital paulista, Bolsonaro deixou o local em um comboio escoltado sem falar com a imprensa — que aguardava a saída do presidente no acesso ao estacionamento do templo, localizado na rua Coimbra.

A perseguição aos jornalistas começou após a saída da comitiva do presidente do estacionamento no subsolo. Imediatamente após a partida do chefe do Executivo, centenas de fiéis, ao lado de apoiadores de Bolsonaro, deixaram o templo por um acesso lateral do estacionamento. Um grupo menor de apoiadores e curiosos já esperava a saída do presidente na rua.

Após deixarem o templo, um grupo de dezenas de apoiadores cercou a imprensa ao avistar os profissionais e passou a hostilizá-los com gritos e xingamentos. O grupo cercou uma equipe da Rede Globo, que precisou se abrigar em um estacionamento a cerca de duas quadras do templo, na esquina entre as ruas Coimbra e Feliciano Pinto. No percurso, os jornalistas foram perseguidos e houve correria. O principal alvo era uma repórter mulher. A reportagem da Sputnik Brasil e um fotógrafo também foram hostilizados. Ninguém foi ferido.

A polícia tinha forte presença no evento, mas não agiu para conter o tumulto. Em um dos momentos de maior tensão, na esquina da rua Coimbra com a rua Celso Garcia, uma viatura da Polícia Militar deixou o local.

Os jornalistas foram amparados por um pequeno grupo de pessoas ligadas à igreja Assembleia de Deus, que auxiliou na proteção dos profissionais durante o trajeto até o estacionamento enquanto os apoiadores os perseguiam. Uma das fiéis que ajudou a proteger os jornalistas se mostrou indignada com a situação e afirmou aos profissionais que aquilo “não representava os cristãos” da igreja.