Derrotados, bolsonaristas usam internet para questionar eleição e defender golpe militar

BRASIL – Os grupos bolsonaristas no Telegram começaram a divulgar a narrativa de que o segundo turno das eleições foi fraudado ainda no início da apuração, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda contabilizava menos de 1% da apuração das urnas em nível nacional.

De acordo com a Folha de S. Paulo, além das postagens questionando a higidez do pleito que deu a vitória ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) também defenderam “a tese infundada de que o artigo 142 da Constituição permitiria uma intervenção dentro das regras do jogo”.

“‘Maior fraude eleitoral de todos os tempos’, ‘estou sentindo cheiro de 142’, ‘esperando as 4 linhas’, ‘Artigo 142 urgente’, ‘Exigimos as Forças Armadas agora’ são exemplos das mensagens que foram enviadas em grupos que reúnem milhares de integrantes e que estiveram em polvorosa durante a apuração”, destaca a reportagem.

Ainda conforme o periódico, após as urnas confirmarem a vitória de Lula, “parte dos usuários ressaltava que Bolsonaro tem até o fim do ano no cargo e que ainda poderia agir. Outros criticavam o presidente e o Exército por não terem reagido, deixando a situação chegar ao ponto de Lula ser eleito”.

Além da defesa de um golpe de Estado, os grupos bolsonaristas também dirigiram mensagens xenófobas contra o Nordeste, além de fazerem menções a Venezuela ou a uma suposto temor da implantação do “comunismo” no Brasil.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que disse que deixaria o Brasil caso Lula fosse eleito, disse que será “a maior oposição que o governo Lula terá” a partir de 2023. “O sonho de liberdade de mais de 51 milhões de brasileiros continua vivo. E lhes prometo, serei a maior oposição que Lula jamais imaginou ter”, postou no Twitter.