Nos bastidores, cresce pressão para presidente Lula indicar mulher negra para ministra do Supremo

BRASIL – A movimentação para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeie uma mulher negra para a vaga que será aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) com a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski, em abril, ganhou força com declarações de membros do primeiro escalão do governo, juristas e de ministros da própria Corte.

“É fundamental que haja uma mulher negra no STF, uma pessoa negra, para que a gente discuta a democratização nos espaços de poder”, disse na quarta-feira (10) o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, segundo o jornal O Globo.

No mesmo dia, o ministro do STF Edson Fachin, relator de um caso sobre perfilamento racial que tramita na Corte, também se posicionou sobre a possibilidade. “Peço licença para cumprimentar uma quarta ministra que, quem sabe, em um lugar do futuro, estará neste plenário: uma mulher negra”, destacou.

“Esta semana, cem organizações jurídicas e de outros segmentos da sociedade civil, entre elas a ABJD [Associação Brasileira de Juristas pela Democracia] e o Grupo Prerrogativas, próximo a Lula, lançaram um manifesto em que afirmam que esta é uma oportunidade para resolver uma lacuna da democracia brasileira”, ressalta a reportagem.

A movimentação fez com que o nome a advogada Vera Lúcia Santana Araújo, integrante da Executiva Nacional da ABJD, entrasse na lista de candidatos à vaga, assim como o do jurista André Nicolitt, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), que é negro e também poderia atender à revindicação pelo aumento da diversidade na Corte.

Atualmente, os nomes mais cotados para a vaga que será aberta em abril são os do advogado Cristiano Zanin Martins e de Manoel Carlos de Almeida Filho, ex-assessor de Lewandowski.