Rombo fiscal nas contas públicas deve ser de R$ 120 bilhões, estima ministra Simone Tebet

BRASIL – As contas públicas do Brasil devem ter um déficit em torno de R$ 120 bilhões, estima a ministra do Planejamento Simone Tebet.

A afirmação da ministra aconteceu nesta quinta-feira (23), contrariando a estimativa feita na terça-feira (21) pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento. Naquela data, a previsão das pastas era um rombo fiscal de R$ 107,6 bilhões.

De acordo com a Tebet, o relatório divulgado pela área econômica do governo não considerava, ainda, o reajuste do salário mínimo de R$ 1.302 para R$ 1.320, previsto para acontecer a partir de maio deste ano. O valor já foi confirmado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ainda assim, o valor estimado por Tebet é menor que o estipulado pelo governo Bolsonaro. No orçamento enviado por Bolsonaro e Paulo Guedes ao Congresso, o governo federal previa, originalmente, um rombo de cerca de R$ 230 bilhões.

“É uma projeção, mas ela está caminhando no sentido que nós queremos de que o déficit fiscal no Brasil não se encerrará com R$ 230 bilhões, mas algo em torno, agora, com essa projeção, de R$ 107 bilhões. Podemos ter uma pequena alteração quando vier o reajuste do salário mínimo em torno de mais alguns gastos, em R$ 120 bilhões”, disse a ministra.

Corte de gastos

Tebet também declarou que o governo federal vai cortar gastos públicos. A medida é pedida por analistas do mercado financeiro e deve possibilitar um corte de juros por parte do Banco Central.

Hoje, a taxa de juros no Brasil está em 13,75% ao ano, sendo, em termos reais, a maior do mundo e a maior em seis anos no país.

Entre as medidas está a revisão dos “restos a pagar”, que são as despesas deixadas pelo governo anterior. “Está dentro do prazo para que os ministérios revejam todos os restos a pagar, todos programas e ações que estavam sendo realizados, e contratos do ano passado, para ver não só a legalidade deles, como também agora a necessidade ou não desses mesmos gastos”, declarou.