Ricardo Lewandowski anuncia aposentadoria antecipada da Suprema Corte Federal

Brasil – O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou na noite desta quinta-feira (30) sua aposentadoria da Corte maior do judiciário brasileiro. Em 11 de maio ele completa 75 anos, a idade máxima para atuar no Supremo. Contudo, decidiu antecipar a saída e comunicou a presidente do Tribunal, Rosa Weber, participando de sua última sessão do plenário físico nesta tarde.

A saída foi discreta e Lewandowski não se pronunciou no plenário. Após o término da sessão ele falou com jornalistas na porta do Tribunal.

“Eu acabo de entregar para a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Rosa Weber, um ofício em que peço a ela que encaminhe ao presidente da República o meu pedido de aposentadoria, que será antecipado cerca de trinta dias. Eu pedi que a minha aposentadoria fosse tornada efetiva a partir do dia 11 de abril, e esta minha antecipação se deve a compromissos acadêmicos e profissionais que me aguardam. Eu agora encerro um ciclo da minha vida e vou iniciar um novo ciclo”.

A aposentadoria antecipada foi comunicada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última semana, durante uma viagem a Recife para homologar um acordo sobre a gestão do arquipélago Fernando de Noronha.

Lewandowski disse que não conversou com Lula sobre possíveis nomes para ocupar sua vaga. No entanto, fontes próximas dos dois afirmam que o ministro do STF foi ouvido e aconselhou o presidente sobre a indicação. Um dos mais cotados para assumir a vaga é o jurista Manoel Carlos Almeida Neto, que foi assessor do gabinete de Lewandowski.

Perguntado sobre o achava da indicação de Cristiano Zanin, advogado de Lula e que também está cotado para a vaga, o ministro se esquivou, mas elogiou os nomes que ele disse que estavam sendo cogitados. Lewandowski afirmou que o novo ministro deve ser “corajoso”:

“Penso que meu sucessor deverá ser fiel a Constituição, às garantias fundamentais, mas antes de mais nada precisa ser corajoso. Todos os nomes que estão sendo cogitados têm reputação ilibada [uma das exigências para ocupar o cargo], mas a escolha é exclusiva do presidente da República”, concluiu.

Agora, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá que indicar um sucessor para a vaga. Os três mais cotados são Manoel Carlos de Almeida Neto e Cristiano Zanin. Bruno Dantas corre por fora. O escolhido terá que ser sabatinado e aprovado pelo Senado Federal.

Fonte: O TEMPO