VÍDEO: Moro é vaiado em aeroporto em meio a acusações graves sobre Lava Jato: “Sua hora vai chegar”

Brasil – O ex-juiz federal e atual senador Sérgio Moro foi vaiado quando embarcava, ontem, no aeroporto de Brasília, em meio às acusações que colocam em xeque a lisura dos processos oriundos da operação Lava Jato. Os manifestantes gritavam: “Moro, pode esperar, sua hora vai chegar”.

Desafeto de Moro, o advogado Rodrigo Tacla Duran, que denunciou o parlamentar e impulsionou as acusações ao revelar que sofreu extorsão na Lava Jato, compartilhou no Twitter que Moro enfrenta a hora da verdade.

Moro está envolto em acusações de ter praticado abusos e ilegalidades enquanto esteve na titularidade da 13ª Vara Federal de Curitiba. Além de Tacla Duran, Moro terá de enfrentar a delação informal pública do empresário Tony Garcia, que se diz “agente infiltrado” de Moro por mais de uma década. Ele teria sido usado para investigar autoridades fora da jurisdição de Moro.

O depoimento de Tony Garcia

O empresário Tony Garcia revelou que atuou como um “agente infiltrado” de Moro e dos ex-procuradores de Curitiba. Deltan Dallagnol, Carlos Fernando dos Santos Lima e o ainda procurador Januário Paludo, teriam pedido para que Tony obtivesse provas contra os investigados para que pudesse pressioná-los a delatar, utilizando de grampos ilegais e outros métodos suspeitos.

A “festa das Cuecas”, como ficou conhecido o evento que teria ocorrido em 2003, foi um outro caso apontado por Tony, que concedeu entrevista exclusiva à TVGGN [assista aqui]. Ele revela que desembargadores do TRF-4 foram filmados durante a festa por Roberto Bertholdo – advogado perseguido por Moro – para chantageá-los.

Além disso, Tony revela que a juíza Gabriela Hardt engavetou as denúncias após seu depoimento. Por este mesmo motivo, o então novo juiz da Lava Jato, Eduardo Appio, teria sido afastado do cargo, em maio passado, por tomar conhecimento do testemunho ao assumir a 13ª vara e levar o caso ao Supremo Tribunal Federal, em função do foro privilegiado dos envolvidos.

As denúncias foram encaminhadas pelo deputado Rogério Correia (PT) ao ministro Dias Toffoli, do STF, que confirmou a competência do órgão para seguir com as investigações.

Novos diálogos revelados

Novos diálogos acessados com exclusividade pelo GGN, da operação Spoofing, mostram que Moro atuava como o chefe de uma suposta máfia que perseguia adversários políticos, como a família do presidente Lula, além de intimidar membros do poder Judiciário.

Também no diálogo, consta o desembargador Thompson Flores pedindo à Força Tarefa a redação das súmulas para o TRF4 nas matérias penais e de improbidade administrativa, provavelmente as que aumentaram as penas de Lula.

Fonte: Jornalggn