Auxiliares de Bolsonaro apagaram e-mails, mas um erro ajudou a PF

Brasil – Que a atenção e a inteligência nunca foram atribuições típicas dos bolsonaristas, isso o Brasil já teve a infelicidade de descobrir, e da pior maneira. No entanto, uma nova história, revelada pela GloboNews nesta segunda-feira (7), eleva os patamares de inaptidão generalizada dessa específica força política. De acordo com a apuração do referido canal, militares lotados na ajudância de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e portanto chefiados pelo tenente-coronel Mauro Cid, aparentemente não sabem usar um e-mail.

Diz a apuração que no interior da ajudância de ordens havia a prática de apagar e-mails das caixas de entrada dos ajudantes de ordem. Como se sabe, o chefe do setor, Mauro Cid, é investigado por uma miríade de acusações. Desde fraudes em cartões de vacinação, até a articulação de atos golpistas, passando pela operação de possíveis esquemas de rachadinha no Palácio do Planalto e a produção de lives do ex-presidente que difundiram desinformações tão graves que são investigadas como possíveis “crimes contra a saúde pública”.

Pois bem, nesse contexto mais 17 de mil e-mails foram deletados das caixas de entrada dos ajudantes de ordem. A razão para isso aparentemente teria a ver com o apagamento de rastros de olho em uma futura investigação federal, como a que ocorre nos dias presentes.

A ideia tinha tudo para dar certo, mas tais militares não sabem como funciona um e-mail. Nas recentes investigações, a Polícia Federal percebeu os 17 mil e-mails apagados das caixas de entrada, e bastou acessar as ‘lixeiras’ dos auxiliares de Bolsonaro para encontrá-los.

Desnecessário explicar que para um e-mail ser devidamente apagado, deve ser enviado para a ‘lixeira’ e, posteriormente, deletado dela. É o básico do básico.

No programa Estudio I, o comentarista Octávio Guedes ficou incrédulo quando a repórter Isabel Camargo deu a informação. “Deixa eu ver se entendi direito: militares que estariam tramando um golpe, para não deixar algum tipo de vestígio, apagavam as mensagens da caixa de entrada, e depois não sabiam que tinham que ir na lixeira? É isso mesmo?”, questionou.

“É isso. A gente observa pelo levantamento que tinha um modus operandi que era deletar da caixa de entrada, mas faltou ali uma informação básica: tinha que deletar novamente. Só um fez e os outros auxiliares do ex-presidente não tiveram o mesmo cuidado”, confirmou a repórter, segurando o riso.

Na volta para os comentaristas, Guedes anunciou que faria um comentário não convencional a respeito da informação. Mexeu o celular, o aproximou do microfone de lapela para, em seguida, começar a tocar a música de entrada dos Trapalhões, icônico seriado da TV Globo. Comentaristas e telespectadores caíram no riso.

Nas rede sociais, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) fez um comentário na mesma linha: “Os auxiliares de Bolsonaro apagaram 17 mil e-mails para esconder da PF. E a PF teve dificuldade para recuperar? Não, porque eles só excluíram da caixa de entrada. Os e-mails estavam na lixeira. A nossa sorte é o tamanho da burrice”, escreveu.

Fonte: Revista Fórum