Reflorestamento pode gerar R$ 776 bilhões e 2,5 milhões de postos de trabalho para o Brasil, aponta estudo

Aerial view of an area in the Amazon deforested for the expansion of livestock, in Lábrea, Amazonas state. The Amazon is still covered in smoke and torn by criminal and unrestrained destruction, according to overflights produced by the Amazon in Flames Alliance, organized by Amazon Watch, Greenpeace Brazil and the Brazilian Climate Observatory. The expedition took place between September 13th and 17th, in the cities of Porto Velho (Rondônia state) and Lábrea (southern Amazonas state). Vista aérea de um desmatamento na Amazônia para expansão pecuária, em Lábrea, Amazonas. A Amazônia segue encoberta pela fumaça e marcada pela devastação criminosa e sem controle. Foi o que comprovaram sobrevoos realizados pela Aliança Amazônia em Chamas, formada pelas organizações Amazon Watch, Greenpeace Brasil e Observatório do Clima. A expedição ocorreu entre os dias 13 e 17 de setembro, nos municípios de Porto Velho, Rondônia, e Lábrea, sul do Amazonas.

BRASIL – O Brasil precisaria investir R$ 228 bilhões, em recursos públicos e privados, para cumprir a meta assumida no Acordo de Paris e recuperar 12 milhões de hectares de florestas até 2030.

Embora seja um valor alto, esse investimento poderia gerar R$ 776,5 bilhões em receita líquida e 2,5 milhões de postos de trabalho, segundo estudo do Instituto Escolhas. Na prática, argumenta o think tank ambiental, o efeito para a economia é fartamente positivo.

“A recuperação desses 12 milhões de hectares promete gerar índices expressivos de emprego e renda, enquanto remove 4,3 bilhões de toneladas de CO2 da atmosfera. É uma combinação perfeita entre a agenda socioeconômica e a agenda de mitigação da crise climática”, afirma o diretor-executivo do Instituto Escolhas, Sergio Leitão.

De acordo com o estudo, esse aporte em reflorestamento pode resultar em 1 bilhão de m³ de madeira para comercialização e 156 milhões de toneladas de alimentos.

Essa é a segunda vez que o Instituto Escolhas calcula o investimento necessário para o cumprimento da meta brasileira.

O primeiro estudo foi lançado meses depois da assinatura do acordo e chegou à cifra de R$ 52 bilhões. De lá para cá, apenas 79,1 mil hectares foram recuperados.

“Isso é menos de 1% da meta original. E, agora, temos que correr atrás do passivo gerado, do custo de não termos feito nada. Não podemos perder de vista, no entanto, que os resultados compensam o investimento, ainda que ele esteja quatro vezes maior”, diz Leitão.