BRASIL – O embaixador Frederico Meyer, representante do Brasil em Israel, desmentiu a ideia de que Jair Bolsonaro (PL) tenha atuado para libertar brasileiros na Faixa de Gaza. A suposta atuação do ex-mandatário tem sido amplamente divulgada em grupos bolsonaristas.
“Você conhece aquela frase ‘a vitória tem vários pais e a derrota é órfã’? O que eu posso dizer é que nosso trabalho para liberar essas pessoas não aconteceu numa tarde, já estávamos trabalhando há quase 4 semanas. Então, dizer que ela aconteceu numa tarde é a frase. Todo mundo quer ser pai da vitória”, disse Meyer em entrevista à CNN Brasil.
Bolsonaro tenta colher louros na guerra
O governo do presidente Lula (PT) não mediu esforços, desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, para repatriar brasileiros que estavam sob ameaças tanto em Israel quanto na Faixa de Gaza.
Inicialmente, brasileiros em Israel conseguiram mais facilmente sair da zona do conflito, sendo repatriados pelo governo através da Força Áerea Brasileira. Já os brasileiros que estavam em Gaza tiveram maior dificuldade na repatriação.
Às vésperas da liberação do primeiro grupo de cidadãos brasileiros a atravessarem em segurança a fronteira entre Gaza e o Egito, Bolsonaro se encontrou com Daniel Zonshine, embaixador de Israel no Brasil. Zonshine é conhecido pela diplomacia e políticos brasileiros por seus laços com a extrema direita. Desde então, o encontro foi divulgado como uma ação efetiva do ex-presidente para libertar brasileiros da zona de guerra.
Ao desmentir a fake news, Frederico Meyer afirmou que a diplomacia brasileira não mediu esforços no intuito de resguardar as vidas de compatriotas, apesar das discordâncias que surgem no caminho. “Como todas as relações você não concorda com tudo, mas isso não quer dizer que relação não seja boa. Não precisamos da interferência de ninguém de fora, do passado, para que a gente resolva nossos problemas com Israel”, destacou.
Após deixarem Gaza, brasileiros gravaram vídeos onde agradecem os esforços do presidente Lula e da diplomacia brasileira: “obrigado, presidente”.
