“Sergio Moro merece e precisa ser cassado, seria pedagógico”, afirma presidenta do PT

Presidente eleito, Lula da Silva (PT-SP) e a dep. Gleisi Hoffmann, durante centrevista coletiva na sede do governo de transição, no CCBB | Sérgio Lima/Poder360 02.dez.2022

Brasil – A ex-líder estudantil nascida em Curitiba, Gleisi Hoffmann, que hoje ocupa as posições de deputada federal e presidente nacional do PT, tem estado com o nome na boca da militância nas últimas semanas. Isso ocorre por conta da iminente cassação do ex-juiz e ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Sérgio Moro, do seu atual mandato como senador pelo Paraná.

Caso Moro seja afastado, novas eleições seriam chamadas no Estado para o cargo, e nomes como o de Gleisi pelo PT e Michelle Bolsonaro pela extrema-direita têm sido ventilados como possíveis candidaturas. Em entrevista para a Fórum, Gleisi diz que Moro “merece e precisa ser cassado”, que tal situação seria “pedagógica, e que está pronta para uma possível disputa com a reluzente ex-primeira-dama caso seja essa a vontade do partido, mas que ainda não há qualquer conversa nesse sentido. Também fez uma avaliação do primeiro ano deste novo Governo Lula e reiterou alertas a respeito dos perigos do bolsonarismo.

Prévia do PIB e momento econômico do país

O resultado do PIB nesse terceiro trimestre mostra uma desaceleração da economia. Mas ainda assim a gente está com um PIB maior do que aconteceu em 2022. E acho que até esse anúncio de 0,1 frustrou muito as forças de mercado, porque a maioria dizia que seria PIB negativo. Então, eu acho que mostra que tem um esforço muito grande do governo para que a gente possa fazer a economia girar.

A gente teve queda na agropecuária, que já era esperado, porque cresceu muito nos trimestres anteriores, mas tivemos aumento de serviço e de consumo das famílias, o que é bom, e um pouco de consumo de governo.

Onde é que foi a queda maior? Em investimentos, justamente o componente do PIB que precisa de uma política creditícia, boa, que precisa de juros baixos. Então, de novo, nós vemos aqui a perversidade da atuação do Banco Central em manter as taxas de juros na estratosfera. Isso está nos levando a ter uma desaceleração e pode comprometer a economia do ano que vem. A situação acende também o sinal de alerta para o governo.

O governo vai ter que focar em uma coisa que seja principal para ele, que, ao meu ver, é uma meta, mas não a fiscal. É a meta de crescimento econômico, a meta de desenvolvimento social, para a gente não perder emprego e não perder esse crescimento do PIB que nós conseguimos fazer esse ano, embora ele tenha um componente grande ainda da agropecuária, mais concentrados em regiões.

Ter esse foco é fundamental para o governo, para que a gente possa, ano que vem, entregar um PIB parecido com esse, ou até maior. Eu acho que a gente precisa, para fazer todas as entregas ao povo brasileiro, ter um PIB de 4% ou mais. Mas é importante dizer que a torcida negativa do mercado não se consolidou.

Via: Revista Fórum