Investigações indicam que Bolsonaro é o alvo final de Moraes

(FILES) In this file photo taken on May 19, 2022, Brazil's President Jair Bolsonaro (L) greets Judge Alexandre de Moraes during an inauguration ceremony of new judges of the Superior Labor Court in Brasilia. - Alexandre de Moraes will assume the presidency of the Superior Electoral Court (TSE) on Tuesday August 16, 2022, a key institution ahead of the October 2 elections, which results Bolsonaro, who is second in the polls, assures that may be fraudulent. (Photo by Sergio Lima / AFP)

Brasil – A nota divulgada na noite de ontem pelo Supremo Tribunal Federal sobre a ação que atingiu o vereador Carlos Bolsonaro, alvo de ações de busca e apreensão, indica que o alvo final do ministro Alexandre de Moraes, que investiga uma “Abin paralela”, que espionou adversários e obteve informações sensíveis sobre aliados políticos, é o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro. Carlos seria apenas o chefe do núcleo político da quadrilha – e não o chefe da quadrilha em si. O “capo di tutti capi” seria o próprio Jair Bolsonaro, beneficiário das ações criminosas.

Nota do Supremo Tribunal Federal – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a pedido da Polícia Federal e autorizou ação de busca e apreensão contra mais quatro pessoas investigadas no procedimento criminal que apura o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitoramento ilegal de autoridades públicas. A operação policial teve parecer favorável da Procuradoria Geral da República (PGR).

Entre os investigados está Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), vereador no Rio de Janeiro. Em 25/1, o ministro já havia autorizado medida semelhante contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da agência, e outras 11 pessoas.

De acordo com a PF, os novos investigados integravam o chamado núcleo político da organização criminosa que teria sido criada na Abin para espionar ilegalmente pessoas e autoridades públicas, por meio de um sistema de inteligência capaz de monitorar dispositivos móveis sem a necessidade de interferência das operadoras de telefonia e sem autorização judicial.

As investigações apontam pedidos de Carlos a Ramagem, por meio de suas assessoras, de acesso a informações a inquéritos em andamento em unidades sensíveis da Polícia Federal. Esse seria um indicativo, segundo a PF, de que o núcleo político possivelmente se valia do então diretor da Abin “para obtenção de informações sigilosas e/ou ações ainda não totalmente esclarecidas”.

Em sua decisão, o ministro Alexandre de Moraes verificou que os elementos de prova colhidos até o momento indicam que a organização criminosa teria utilizado métodos ilegais para realizar ações clandestinas contra pessoas ideologicamente qualificadas como opositoras e para “fiscalizar” indevidamente o andamento de investigações contra aliados políticos.

Assim, o relator considerou que a solicitação de busca e apreensão residencial, profissional e pessoal dos investigados foi devidamente justificada, pois visa colher elementos de prova relacionados à prática de infrações penais em apuração.

Fonte: Brasil 247