Brasil – O ex-presidente Jair Bolsonaro pretende disputar as eleições presidenciais em 2026. Em entrevista à revista Veja, ele disse que espera uma decisão favorável do Supremo Tribunal Federal (STF) ao recurso contra a inelegibilidade decretada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Pretendo, sim”, disse, ao ser interpelado sobre a intenção de se candidatar em 2026. “Eu não posso entender que o Supremo não me dê ganho de causa”, declarou. O TSE, em duas ações, considerou que o ex-presidente cometeu abuso de poder político e o tornou inelegível por oito anos.
Bolsonaro citou os casos da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), cujo mandato foi cassado pelo Congresso em 2016, mas, mesmo assim, sua elegibilidade foi preservada por “uma manobra no Senado”, e de Lula, cujas condenações por corrupção e lavagem de dinheiro foram anuladas pelo STF.
“Não quero fazer comparação com ele, não quero criticar nada, mas, no meu entender, nenhum crime foi cometido por mim para ganhar um carimbo de inelegível”, declarou o ex-presidente.
Bolsonaro fala sobre futuro eleitoral: “A direita acordou”
Bolsonaro não informou nomes para disputar a Presidência em 2026, caso ele próprio não seja candidato. “Se eu falar qualquer nome, vou ter problemas. Tem muita água até lá.” Para 2024, disse que a intenção é lançar candidatos a prefeito em ao menos 2 mil dos 5,6 mil municípios brasileiros.
Em 2026, o prognóstico é positivo: “A gente pode fazer uns 140 deputados federais quase, e acredito que possamos fazer, no mínimo, 20 senadores, se continuar dessa maneira. Afinal de contas, a direita acordou. Não é bolsonarismo. Acho que esse termo deveria ser deixado de lado. A direita acordou. O conservadorismo acordou.”
Perseguição e “Abin paralela“
Na entrevista a Veja, concedida antes da operação da Polícia Federal de quinta-feira 8 para apurar uma suposta tentativa de golpe, Bolsonaro falou sobre perseguição política. Em entrevistas anteriores, inclusive a Oeste, ele já tinha falado sobre a perseguição que vem sofrendo.
Desta vez, ele lamentou que a perseguição tenha chegado a seu filho Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro. A PF afirma que o parlamentar teria participação em um suposto esquema de monitoramento de telefones celulares pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
“Enquanto é em cima de mim, até eu suporto. Mas quando pega filho. Uma ‘Abin paralela’. O que o Carlos tem a ver com isso? Que ‘Abin paralela’ é essa? Investigava quem? Por que não divulga os 30 mil nomes?”, questionou Bolsonaro. “No meu entender, é para desviar a atenção, porque a Abin fez o relatório responsabilizando o governo Lula pela, no mínimo, omissão nos atos do 8 de janeiro”.
Fonte: Revista Oeste