Jornal Estado de São Paulo expõe ‘Fake News’ de Damares sobre pedofilia no Marajó

Brasil – O Observatório do Marajó, uma ONG dedicada à observação de políticas públicas na ilha paraense, emitiu um alerta contra a “propaganda” que associa o local à exploração sexual de crianças.

O alerta foi emitido após uma canção apresentada por Aymeê Rocha em um reality show musical gospel no YouTube fazer referências negativas à ilha, sugerindo a ocorrência de tráfico de órgãos e pedofilia. O conteúdo foi compartilhado pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, e outros apoiadores nas redes sociais.

O Observatório do Marajó afirmou que essa leitura sobre os municípios da região está equivocada, destacando que a população local não normaliza violências contra crianças e adolescentes. A entidade ressaltou a importância de não propagar mentiras nas redes e não cair em desinformação e pânico moral.

A mensagem também fez referência à atuação de Damares Alves, acusando-a de espalhar mentiras sobre o Marajó desde os tempos no executivo do governo Bolsonaro e de não destinar recursos às comunidades escolares da ilha. O Ministério Público Federal do Pará solicitou retratação e indenização de R$ 5 milhões à ex-ministra pelos danos sociais e morais que ela teria causado à população local.

O que estão compartilhando: vídeo de policiais retirando um número grande de crianças de dentro de um carro. A gravação é associada a outro vídeo, no qual a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) denuncia o tráfico sexual de crianças na Ilha do Marajó, no Pará.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. O vídeo com as crianças foi gravado no Uzbequistão. A cena não mostra o resgate de vítimas de exploração sexual ou tráfico humano. A condutora do veículo era dona de uma escola infantil onde elas estudam. Ela foi flagrada por agentes de trânsito do país transportando de forma irregular alunos para as suas casas. As imagens foram divulgadas em um site do governo do Uzbequistão.

O vídeo de Damares Alves foi gravado em 2022. Na ocasião, ela concorria ao cargo de senadora. O Ministério Público Federal apurou as acusações, mas não encontrou provas. O órgão a acusa de fazer uma denúncia ‘sensacionalista’ com vistas à eleição daquele ano.

Com informações de: Estado de São Paulo