Rock in Rio terá sertanejo com o cantor Luan Santana e Ch&X

Entretenimento – Para quem se lembra da estreia de Luan Santana, com o disco “Ao Vivo”, atravessado por solos de guitarra e bateria, não é de se espantar que agora ele esteja se preparando para cantar no Rock in Rio, em setembro, como o primeiro cantor de country em quatro décadas de festival.

“Gosto de flertar com o rock, principalmente pela sensação de liberdade que ele traz. ‘Meteoro’ é um roquezinho, pô”, diz Luan, ao me receber em seu escritório na Grande São Paulo, depois de termos acompanhado a gravação de um DVD em Belo Horizonte e a estreia de sua turnê, em Campo Grande, no ano passado e retrasado, para entrevistas interrompidas pelo frenesi de amigos, familiares e celebridades em seus camarins.

Em sua turnê, a “Luan City”, Luan deixou o chapéu de caubói e a camisa xadrez e apostou no brilho dos cristais, além de coturnos e calças flare, para compor os trajes com ares de Elvis Presley, uma de suas inspirações, que agora ocupam seu guarda-roupa.

Há ainda as regatas ultracavadas e perfuradas e as peças de cetim, em nada parecidas com o look padrão dos sertanejos que se apresentam em rodeios e festas de peão, com muita pele à mostra, para sublinhar os músculos e as tatuagens com referências que vão da Bíblia à série “Harry Potter”, duas de suas paixões.

As peças, criadas junto de sua mãe, Marizete Santana, se distanciam do louvor ao agronegócio que tem se tornado cada vez mais popular no entretenimento, por meio de artistas do estilo chamado agronejo, como Ana Castela, ou novelas como “Terra e Paixão”, que a Globo exibiu antes do remake de “Renascer”.

O estilo gera tanto elogios quanto críticas. Há quem o compare ao Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry, em tons de apreço, e quem o associe a Xuxa, em sinal de reprovação. João Neto, da dupla com Frederico, ironizou os looks. “Nosso sertanejo mudou bastante ou é impressão minha?”, escreveu ele nas redes.

Mas Luan, de 33 anos, metade deles dedicados à música, diz não se incomodar com o julgamento, que ele avalia como uma constante em sua carreira, inclusive em relação à vida pessoal. Quando despontou, era questionado o tempo todo na televisão se era gay, o que ele refuta.

“O sertanejo é próximo do country americano, então tem os tradicionais, mas essas pessoas pararam no tempo”, diz. “Já sabia que ia ter gente criticando. Se eu fosse um tradicionalista do sertanejo, um agrônomo que joga veneno nas plantações, também teria um choque. Só que não sou assim. Se esse cara não quiser me escutar, o problema é dele. Uma hora ele vai entender.”

Fonte: DOL