Deputada do PL é cassada por pagar harmonização facial com recursos públicos

A deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP) teve seu mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) por utilizar verbas públicas de campanha para realizar procedimentos estéticos faciais durante as eleições de 2022. Eleita com 5.435 votos, ela foi a deputada federal menos votada do país e é uma apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Silvia afirmou, através de sua assessoria, que tomou conhecimento da decisão pela imprensa e que suas contas de campanha haviam sido aprovadas pelo TRE-AP. Ela pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Natural de Macapá, Silvia, de 48 anos, tem um histórico diversificado, incluindo carreiras no atletismo, nas artes cênicas e na fisioterapia, antes de ingressar na política. Durante sua campanha, ela defendeu os direitos dos povos indígenas, mas causou controvérsia ao apoiar o marco temporal para a demarcação de terras indígenas.

Na Câmara, Silvia é autora ou coautora de 128 propostas legislativas. A mais recente, apresentada em parceria com outros deputados, obriga hospitais e clínicas a notificarem a polícia sobre abortos decorrentes de estupro.

Silvia também serviu por 15 anos no Exército Brasileiro, sendo a primeira indígena a alcançar o posto de Tenente. Em 2018, participou da equipe de transição de Bolsonaro e, em 2019, foi nomeada secretária de Saúde Indígena, cargo que enfrentou resistência de organizações indígenas.

Além da cassação, Silvia está sendo investigada por seu suposto envolvimento nos ataques de 8 de janeiro, após ter postado vídeos apoiando os eventos.

Entenda o caso:

A ação que resultou na cassação alega que Silvia usou R$ 9 mil de fundos de campanha para um procedimento estético. A denúncia foi feita por uma assessora de campanha ao Ministério Público. Durante a sessão de julgamento, um cirurgião-dentista confirmou o recebimento do pagamento pelo procedimento estético realizado.