Jornalista diz que Maduro vai ‘roubar as eleições na Venezuela’

Em uma coluna publicada no jornal norte-americano The Miami Herald, o jornalista Andrés Oppenheimer detalhou, em nove pontos, como o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, pretende manipular as eleições presidenciais marcadas para 28 de julho. O Estado de S. Paulo traduziu e divulgou o artigo nesta quinta-feira, 10.

“Nicolás Maduro pretende roubar as eleições presidenciais de 28 de julho por meio de uma série de armadilhas com as quais espera poder cantar vitória sem a necessidade de manipular a contagem dos votos”, escreveu Oppenheimer. “Alguns de seus truques são francamente engenhosos.”

O jornalista destacou que o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, lidera as pesquisas com 68,4% das intenções de votos, enquanto Maduro tem apenas 11,3%. Por causa dessas projeções, Maduro está aplicando “truques velhos e novos” para se manter no poder.

Entre as estratégias mencionadas por Oppenheimer, está a proibição de mais de 4,5 milhões de venezuelanos exilados de votarem, o que representa 21% do total de eleitores. Apenas 107 mil venezuelanos poderão votar no exterior este ano. Além disso, Maduro proibiu os principais líderes da oposição de concorrerem, incluindo María Corina Machado, que teve mais de 92% dos votos nas primárias.

Maduro também impediu a candidatura da substituta indicada por María, Corina Yoris, de 80 anos. Posteriormente, María nomeou o diplomata aposentado González Urrutia, de 74 anos, para concorrer em seu lugar.

Controle da imprensa e irregularidades eleitorais

Oppenheimer ressaltou a falta de liberdade de imprensa na Venezuela. María Corina Machado afirmou que está há mais de um ano sem dar entrevistas às principais emissoras de televisão do país. Além disso, Urrutia está proibido de embarcar em voos, dependendo de carro para fazer campanha eleitoral.

O jornalista também mencionou a prisão de opositores e irregularidades em 86% dos locais de votação. Segundo o Observatório Global da Comunicação e Democracia, muitos centros de votação têm excesso de eleitores, gerando suspeitas. “Muitos eleitores em distritos com maioria de oposição descobrem, como aconteceu nas últimas eleições, que seus locais de votação são mudados no último minuto para locais distantes”, explicou Oppenheimer.

Maduro também proibiu a presença de missões de observação eleitoral com credibilidade, como a Organização dos Estados Americanos e a União Europeia. Conforme noticiado, o ditador venezuelano alterou as cédulas de voto para favorecê-lo, colocando sua imagem 13 vezes, enquanto Urrutia aparece apenas três vezes.