Governo Lula elogia “caráter pacífico” de eleições e aguarda dados da votação na Venezuela

Em comunicado divulgado às 10h45 desta segunda-feira (29), o governo Lula se pronunciou pela primeira vez sobre as eleições na Venezuela, nas quais o atual presidente Nicolás Maduro foi reeleito com 51,2% dos votos, contra 44,2% de seu principal adversário, o ex-diplomata Edmundo González Urrutia.

“O governo brasileiro saúda o caráter pacífico da jornada eleitoral de ontem na Venezuela e acompanha com atenção o processo de apuração”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores.

O Itamaraty reforçou no comunicado “o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados”, e destacou que aguarda a divulgação completa dos dados eleitorais para garantir “transparência, credibilidade e legitimidade” ao resultado que favoreceu Maduro.

“Aguardamos, nesse contexto, a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”, concluiu a nota.

Repercussão Mundial

O anúncio do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela confirmando a reeleição de Nicolás Maduro para um terceiro mandato teve ampla repercussão internacional. Com 80% das urnas apuradas, os números indicavam uma vitória irreversível para Maduro.

Como previsto, a oposição venezuelana não reconheceu a vitória de Maduro, apesar de ter assinado um acordo para respeitar o resultado eleitoral, alegando fraude no processo.

A narrativa de fraude foi amplamente disseminada nas redes sociais, incluindo uma declaração do presidente argentino Javier Milei na madrugada desta segunda-feira.

“DITADOR MADURO, FORA!!! Os venezuelanos optaram por acabar com a ditadura comunista de Nicolás Maduro. Os dados anunciam uma vitória esmagadora da oposição e o mundo espera que esta reconheça a derrota após anos de socialismo, miséria, decadência e morte. A Argentina não vai reconhecer mais uma fraude e espera que desta vez as Forças Armadas defendam a democracia e a vontade popular”, escreveu Milei.