O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revelou que pretende visitar a cela onde permaneceu preso por 580 dias, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR). Ele afirmou que, embora tenha perdoado as “coisas ruins” que lhe foram feitas, nunca esquecerá desse período de encarceramento.
“Eu queria fazer uma visita à cela onde estive preso, mas não vou hoje porque a Janja não está comigo e ela queria ir. A Neudi, que era uma das companheiras que fazia vigília, também não pôde vir. Mas eu realmente quero visitar esse lugar, porque não posso esquecer os 580 dias que passei lá. As coisas boas e ruins que acontecem com você ficam na memória. As coisas ruins, você pode perdoar e não guardar mágoa, mas não esquece”, explicou.
A declaração foi feita em entrevista a uma rádio paranaense nesta quinta-feira (15). Durante a conversa, Lula também compartilhou sua experiência com Neudi, que, segundo ele, o tratava com carinho, mesmo enquanto ele era considerado o “maior bandido da história deste país”.
“Foi uma bênção de Deus encontrar alguém tão solidário e gentil em um momento em que nem todos eram. Isso mostra que não devemos acreditar que existem pessoas completamente boas ou completamente más. Todos têm seus defeitos e virtudes. Uma mulher que trabalhava na Polícia Federal, de uma empresa terceirizada, teve coragem de cuidar de mim com carinho, mesmo sendo tratado como se eu fosse o maior bandido do Brasil. Fiquei muito emocionado”, acrescentou.
O petista foi condenado em duas instâncias pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex em Guarujá, São Paulo. Ele foi preso em 7 de abril de 2018 e deixou a prisão 580 dias depois, após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que prisões devem ocorrer somente após o trânsito em julgado.
