O Brasil está coberto por uma densa nuvem de fumaça, segundo a empresa de meteorologia Climatempo. Desde o início do ano, o país contabilizou mais de 156 mil focos de incêndio, com a visão do céu azul rareando e dando lugar a uma coloração acinzentada.
A fumaça não apenas obscurece o céu, mas também confere ao sol um tom avermelhado, uma consequência direta dos incêndios em todo o território nacional.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que, entre 1º de janeiro e 7 de setembro, foram registrados 156.023 focos de incêndio, o maior número desde 2010, quando foram detectados 163.408 focos.
Estados Mais Afetados
Em agosto, São Paulo registrou o maior número de queimadas desde o início da série histórica do Inpe, que tem mais de 20 anos. Além de São Paulo, os estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará e Amazonas também apresentaram números alarmantes de queimadas.
Esses incêndios contribuíram para que a Amazônia Ocidental— composta pelos estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima — se tornasse a região mais poluída do mundo no mês passado, conforme monitoramento da plataforma suíça IQAir.
Impactos na Saúde Pública
A poluição das queimadas tem causado sérios problemas de saúde, incluindo:
- Irritação nos olhos, nariz e garganta
- Tosse
- Falta de ar
- Agravamento de doenças respiratórias crônicas, como asma e bronquite
Autoridades de saúde recomendam buscar atendimento médico imediato em casos de dificuldade respiratória severa.
Giovanni Dolif, meteorologista do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), explicou que a densa camada de fumaça é causada não apenas pelas queimadas, mas também por um fenômeno chamado “rios voadores”.
“Esses ‘rios voadores’, que normalmente transportam umidade, estão agora levando fumaça e se alinham antes da frente fria em direção ao Sudeste,” afirmou Dolif à CNN.
Previsão de Chuva
De acordo com a Climatempo, a dissipação da fumaça só ocorrerá com a chegada de chuvas regulares, o que ainda não está previsto. As chuvas são essenciais para limpar o ar, removendo partículas e gases tóxicos da atmosfera.
Entre 12 e 15 de setembro, algumas áreas do Sul, o extremo sul de São Paulo e a fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai podem experimentar chuvas. Contudo, a maior parte do país deve continuar enfrentando clima seco e altas temperaturas, o que pode intensificar as queimadas.