
Brasil – Flávio da Silva Santos, presidente da Mocidade Independente de Padre Miguel, foi preso em flagrante por porte ilegal de arma nesta quarta-feira, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Ele é alvo de um dos mandados de busca e apreensão emitidos pela Justiça em uma investigação de assassinato relacionado à contravenção. Equipes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) encontraram uma pistola calibre .40 nas proximidades do prédio onde Flávio reside; segundo a polícia, a arma teria sido lançada pela janela do imóvel. Além disso, no quarto do imóvel, foi localizada uma segunda pistola, de calibre .380, esta, registrada e legalizada.
A prisão do presidente da Mocidade foi confirmada pelo advogado Carlos Lube, que defende Flávio. Segundo Lube, a defesa recebeu com surpresa a informação de que seu cliente seria um dos alvos de uma investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e da Polícia Civil. A ação é no âmbito das investigações sobre o assassinato de Fábio Romualdo Mendes.
— A defesa recebeu a informação com surpresa. Vamos analisar os autos ainda. O que sabemos por enquanto é que ele foi alvo de um mandado de busca e apreensão. A polícia atribuiu a arma encontrada nas proximidades do prédio ao Flávio — disse o advogado.
Em nota, o “G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel ressalta que não tem relação com eventuais investigações”. O comunicado ainda afirma que a agremiação reforça “segue focada nas atividades sociais com a comunidade e na preparação para o Carnaval 2025”.
Além de Flávio, também foram alvos de mandados de busca e apreensão o contraventor Rogério Andrade e mais oito pessoas, entre elas, um policial militar.
A ação ocorrida nesta quarta-feira é fruto das investigações sobre o assassinato de Fábio Romualdo Mendes. Segundo o apurado pelo MPRJ, ele era ligado ao jogo do bicho e foi morto em razão de uma disputa por áreas dominadas pelo contraventor Rogério Andrade. Os mandantes do homicídio seriam ligados a um grupo chefiado por Flávio da Mocidade — apontado como braço direito de Andrade.
Procurada, a defesa de Rogério Andrade afirmou que não se manifestará sobre a Operação Fissão.
O assassinato de Mendes ocorreu em 29 de setembro de 2021, na Estrada dos Bandeirantes, em Vargem Grande, Zona Oeste do Rio. A vítima estava em seu carro, aguardando a esposa que estava num posto de saúde, quando dois homens numa motocicleta se aproximaram. Um dos assassinos disparou mais de dez tiros na vítima.
Quatro pessoas foram indiciadas pela morte de Fábio Mendes e tiveram as prisões decretadas pela Justiça. Elas são alvos na operação desta quarta-feira.