Tarifas e deportações: Trump antecipa ações para o início de sua presidência

FILE PHOTO: U.S. President-elect Donald Trump gestures as he meets with House Republicans on Capitol Hill in Washington, U.S., November 13, 2024. REUTERS/Brian Snyder/File Photo

Donald Trump tomará posse como presidente dos Estados Unidos no dia 20 de janeiro, mas já indicou que pretende cumprir algumas de suas principais promessas de campanha na primeira semana. O pacote de ações inclui medidas polêmicas, como a deportação em massa de imigrantes em situação irregular, imposição de tarifas sobre produtos importados, possível perdão para os invasores do Capitólio e a demissão do procurador que o acusou de crimes.

Para implementar esses planos, Trump montou uma equipe baseada na lealdade, com o objetivo de evitar contestações e ampliar seu poder na Casa Branca. Entre as medidas previstas, está a imposição de tarifas de 25% sobre produtos do México e do Canadá, caso esses países não resolvam problemas relacionados à imigração e tráfico de drogas na fronteira. Trump também anunciou um aumento de 10% nas tarifas aplicadas à China.

As ameaças de tarifas geraram preocupação quanto ao aumento dos preços de bens nos Estados Unidos e alarmaram os países vizinhos. Trump se encontrou com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e conversou com a presidente do México, Claudia Sheinbaum, sobre a medida.

Em um movimento mais agressivo, Trump também ameaçou os países do Brics com tarifas de 100% sobre seus produtos, caso avancem com a criação de uma nova moeda ou apoiem uma alternativa ao dólar. O avanço da ideia de uma moeda comum entre os países do Brics foi defendido por Luiz Inácio Lula da Silva em uma cúpula do grupo realizada em Kazan, na Rússia, neste ano.

Além disso, Trump já afirmou que a deportação de imigrantes será uma prioridade no seu governo, considerando até a declaração de um estado de emergência para viabilizar a medida. O custo da deportação de um milhão de pessoas está estimado em US$ 1 trilhão, considerando que existem cerca de 11 milhões de imigrantes em situação irregular nos EUA.

Outro ponto controverso envolve a demissão do procurador especial Jack Smith, responsável por acusar Trump na investigação sobre a tentativa de reverter os resultados da eleição de 2020. O republicano também anunciou a revogação de normas que garantem cidadania por nascimento nos EUA, o que é questionado quanto à sua viabilidade legal.

Trump ainda pretende reverter políticas de proteção a estudantes transgêneros e de promoção da diversidade nas instituições, além de interromper investimentos em energia limpa e retirar os EUA do Acordo de Paris sobre clima.

Essas medidas já estão gerando mobilização entre os democratas, com o governador da Califórnia, Gavin Newsom, convocando uma sessão legislativa para combater ações de Trump no estado. Ele afirmou que as liberdades em Califórnia estão sob ataque e que o estado não ficará inerte diante dessas ameaças.