O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou neste domingo (1°) um perdão oficial ao seu filho, Hunter Biden, que enfrentava condenações por evasão fiscal e posse ilegal de arma de fogo. Hunter havia se declarado culpado nos dois processos, que incluíam acusações de mentir sobre o uso de drogas ao adquirir uma arma e de não pagar cerca de US$ 1,4 milhão (R$ 8,5 milhões) em impostos.
Com o perdão, Hunter Biden escapa de uma possível sentença de prisão por crimes federais, contrariando declarações anteriores de Joe Biden de que não usaria os poderes presidenciais para beneficiar familiares. A decisão gerou controvérsia, dado o compromisso público do presidente em manter independência em casos judiciais envolvendo seu filho.
Declarações de Biden
No comunicado oficial, Biden defendeu o perdão, afirmando que Hunter foi alvo de um processo seletivo devido à sua relação familiar.
– Nenhuma pessoa sensata que analise os fatos pode concluir algo diferente do que isso: Hunter foi escolhido apenas por ser meu filho, e isso está errado – declarou Biden, classificando as acusações como um “erro judicial”.
Apesar disso, em setembro, a Casa Branca havia descartado a possibilidade de perdão, com a secretária de imprensa garantindo que o presidente não interviria nos problemas legais de Hunter.
Histórico das acusações
Hunter Biden foi condenado em junho pelo Tribunal Federal de Delaware por mentir em formulários de compra de armas ao negar o uso de drogas, enquanto enfrentava outra acusação por evasão fiscal na Califórnia. Ele teria deixado de pagar milhões em impostos, mas optou por se declarar culpado para evitar um julgamento mais extenso, que traria à tona sua batalha contra o vício em crack.
As penas para os crimes poderiam chegar a 42 anos de prisão combinados. O procurador David Weiss, nomeado por Donald Trump e posteriormente elevado a advogado especial, conduziu o caso.
Indultos presidenciais
O perdão concedido a Hunter Biden segue uma tradição de presidentes americanos de emitir indultos antes de deixar o cargo. Biden, que entregará o poder ao seu sucessor, Donald Trump, em janeiro, justificou o ato como uma forma de corrigir o que considera um uso político e injusto do sistema judiciário.