Sinais do governo para controle fiscal fazem dólar recuar a R$ 6,05

O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou a sessão desta terça-feira (3) em alta de 0,72%, aos 126.139 pontos. O dólar, por sua vez, recuou 0,16%, cotado a R$ 6,05, após atingir sua máxima histórica na véspera. Apesar da queda, a moeda americana permaneceu acima do patamar de R$ 6, refletindo persistentes incertezas fiscais.

A recuperação do mercado foi impulsionada por novas sinalizações do governo em relação ao controle das contas públicas. O presidente da Câmara, Arthur Lira, incluiu na pauta a votação de dois projetos do pacote de cortes de gastos, que podem tramitar em regime de urgência, acelerando sua análise. Além disso, o governo apresentou uma PEC que revisa regras para a concessão do abono salarial, entre outras medidas.

No entanto, o resultado das contas do Governo Central, divulgado pelo Tesouro, trouxe um alívio moderado. O superávit de R$ 40,8 bilhões em outubro, o segundo maior para o mês desde 1997, ficou abaixo da projeção de R$ 41,35 bilhões, mantendo o foco nas dúvidas sobre a sustentabilidade fiscal.

Outro destaque do dia foi o crescimento de 0,9% do PIB no terceiro trimestre de 2024, superando a estimativa de 0,8% do mercado. Este é o 13º trimestre consecutivo de alta, consolidando um acumulado de 3,3% no ano até setembro. O resultado positivo levou o Ministério da Fazenda a anunciar uma possível revisão para cima na projeção de crescimento anual.

A combinação de indicadores reforçou a percepção de que o Banco Central pode precisar adotar uma política monetária mais rígida para lidar com pressões inflacionárias em meio a uma economia aquecida.