
No levantamento anterior da Quaest, realizado em março, a gestão federal já enfrentava alta desaprovação: 64% a avaliavam negativamente. Hoje, o cenário é ainda mais crítico. Apenas 3% consideram o governo de Lula bom ou ótimo, enquanto os que o classificam como regular despencaram de 30% para 7%.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresenta números melhores, mas em queda. Responsável por um pacote fiscal de R$ 71,9 bilhões recebido com ressalvas pelo mercado, Haddad é avaliado positivamente por 41% dos entrevistados (ante 50% em março). Sua rejeição aumentou para 24%. Apesar do apoio relativamente maior ao ministro, 61% acreditam que sua influência no governo enfraqueceu desde o início do mandato.
Internamente, Haddad enfrenta oposição dentro do próprio PT, especialmente da deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do partido e aliada de Lula.
Economia no centro do descontentamento
Os números do PIB, com alta anual projetada em 3,3%, não têm convencido. Para 96% dos entrevistados, a política econômica está no caminho errado, refletindo em 67% que priorizam investir fora do país.
Impactos nas urnas
A insatisfação econômica também alimenta uma rejeição política. Mesmo com Jair Bolsonaro (PL) indiciado por tentativa de golpe e inelegível até 2030, 80% dos entrevistados votariam nele contra Lula. Em um cenário sem Bolsonaro, os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ronaldo Caiado (União) lideram como substitutos, preferidos por 93% e 91%, respectivamente.
Reação de Lula
Em 11 de novembro, Lula respondeu às críticas do mercado: “Eu venci eles uma vez e vou vencer outra vez. A economia vai dar certo porque o povo está participando do crescimento desse país.”
O levantamento da Quaest foi realizado entre 29 de novembro e 3 de dezembro, com 105 entrevistas virtuais junto a fundos de investimento.






