
O dólar iniciou esta segunda-feira com leve queda frente ao real, refletindo a consolidação de apostas de investidores no último dia de negociações do ano. A sessão apresenta baixa liquidez, com agenda macroeconômica esvaziada, mas a disputa pela definição da taxa Ptax de fim de mês pode gerar alguma volatilidade ao longo do dia.
Às 9h50, o dólar à vista recuava 0,16%, cotado a R$ 6,1830. Na B3, o contrato futuro de dólar com vencimento mais próximo caía 0,10%, para R$ 6,191. O índice do dólar, que mede a força da moeda norte-americana frente a seis divisas principais, registrava queda de 0,18%, cotado a 107,790.
Contexto econômico e inflação
No Brasil, os investidores analisaram a última edição do relatório Focus de 2024, que mostrou a 11ª alta consecutiva nas projeções de inflação para 2025. A estimativa para o IPCA subiu para 4,96%, acima do teto da meta de 4,5%.
Além disso, o setor público registrou um déficit primário de R$ 6,62 bilhões em novembro, com a dívida pública apresentando leve recuo em relação ao PIB, segundo dados do Banco Central.
Pressões internas e externas
O real caminha para encerrar 2024 como uma das moedas com pior desempenho global, acumulando desvalorização de 27,5% frente ao dólar. O cenário fiscal brasileiro e incertezas sobre o compromisso do governo com o controle de gastos alimentaram as preocupações dos mercados.
Apesar da aprovação de projetos para contenção de despesas e reforma tributária, analistas continuam céticos quanto à capacidade do governo de reduzir a dívida pública.
No exterior, o dólar foi impulsionado ao longo do ano por fatores como juros elevados nos EUA, tensões geopolíticas e a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais de novembro. As promessas de campanha de Trump, vistas como inflacionárias, sustentaram a valorização da moeda norte-americana.
Intervenções do Banco Central
Para conter a deterioração do real, o Banco Central realizou vendas de US$ 30,77 bilhões nas últimas semanas, mas os efeitos foram limitados. O dólar atingiu sua máxima histórica de R$ 6,2679 neste mês, marcando um ano desafiador para a moeda brasileira.







