
Os Correios registraram um déficit histórico de R$ 424 milhões em janeiro, o maior prejuízo já registrado para o mês. De acordo com um relatório interno acessado pelo portal Poder360, a estatal arrecadou R$ 1,4 bilhão, enquanto suas despesas somaram R$ 1,9 bilhão, evidenciando uma situação financeira crítica.
Desde a chegada de Fabiano Silva dos Santos à presidência, as despesas da empresa aumentaram de forma constante. Embora as receitas tenham crescido em janeiro de 2024, houve uma queda acentuada nos primeiros meses deste ano. Santos, advogado e indicado ao cargo por um grupo de operadores do Direito aliados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enfrenta uma situação delicada.
O déficit de 2024 foi de R$ 3,2 bilhões, e as perspectivas para 2025 não são otimistas. A empresa, que não negou os números, afirmou que os divulgará nos próximos meses. Para tentar reverter o quadro, os Correios elaboraram um plano com investimentos de R$ 2 bilhões entre 2023 e 2024, focando em inovação, modernização e expansão de mercados.
Parte da queda nas receitas foi atribuída à “taxa das blusinhas”, que impactou diretamente as finanças, com uma redução de 13% na receita de janeiro em comparação a 2022, enquanto os gastos aumentaram 19%. A situação tem gerado pressão pela criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado para investigar a gestão da empresa e os prejuízos.
Além do déficit, os Correios enfrentam outros desafios, como a desistência de ações trabalhistas que resultaram em prejuízos bilionários e elevados custos com benefícios, como o “vale-peru”. O Ministério das Comunicações também está revisando a Lei Postal de 1978, propondo alterações e criando um fundo para universalizar o sistema postal.