
Internado em Brasília após uma cirurgia abdominal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou de uma live na noite de terça-feira (22), diretamente do hospital DF Star, ao lado de três dos quatro filhos homens e do ex-piloto Nelson Piquet. O objetivo principal foi promover um capacete de grafeno vendido por R$ 598, desenvolvido por uma empresa da qual ele e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) são sócios.
Mesmo com restrições médicas, Bolsonaro falou diversas vezes durante a transmissão, intitulada “Super Live do Capacete Bolsonaro – com Nelson Piquet”. Ele afirmou que espera receber alta na segunda-feira (28) e agradeceu o apoio de seguidores. “Talvez daqui a dois dias eu fique livre da sonda nasogástrica. Acredito que na segunda-feira esteja de alta”, disse.
De acordo com boletim médico divulgado no mesmo dia, o ex-presidente segue internado na UTI, com boa evolução clínica, em jejum oral e recebendo nutrição parenteral. Apesar da melhora, não há previsão de alta da UTI e visitas continuam proibidas.
Durante a live, Carlos Bolsonaro exibiu uma imagem do abdômen aberto do pai, registrada durante cirurgia, para rebater teorias de que a facada sofrida por Bolsonaro em 2018 teria sido falsa. Atrás de Flávio, uma tela exibia a frase “compre agora o capacete do Bolsonaro”, e três unidades foram sorteadas para seguidores, que receberão o item das mãos do ex-presidente após sua recuperação.
Bolsonaro ainda ironizou as urnas eletrônicas ao comentar o sorteio: “Você quer o sorteio em um botãozinho no computador, ou você quer o sorteio com um papel dentro do saco?”, disse.
Candidatura em 2026 mesmo inelegível
Na mesma live, os filhos Carlos e Flávio reafirmaram que Bolsonaro será candidato à Presidência em 2026, apesar de estar inelegível até 2030 por decisão do TSE. Na véspera, ele já havia dito ao SBT Brasil que manterá a candidatura “até quando o TSE permitir”.
“O povo não quer outro nome da direita que não seja Jair Messias Bolsonaro. E ponto final”, disse o ex-presidente, que considerou as eleições de 2026 sem ele uma “negação à democracia”.
Para Bolsonaro, a ausência de lideranças consistentes no campo da esquerda fortalece seu nome. “Se for o Lula, pior ainda. A esquerda não tem uma liderança formada no Brasil”, disse. Ainda assim, declarou que há “bons nomes” na direita, mas que precisam conquistar espaço. “Esses candidatos têm que começar a rodar pelo Brasil. Fazer realmente o seu trabalho para ganhar simpatia, confiança da população.”