
Os Estados Unidos enviaram nesta segunda-feira (16/6) o porta-aviões USS Nimitz ao Oriente Médio, em meio à crescente tensão entre Israel e Irã. A movimentação da embarcação, movida a propulsão nuclear, foi registrada pelo site Marine Traffic, que monitora o tráfego naval global. O navio, que estava no mar do Sul da China, cancelou uma escala planejada no Vietnã e seguiu em direção ao Golfo Pérsico.
Além disso, mais de 30 aviões-tanque da Força Aérea norte-americana decolaram de bases nos EUA e cruzaram o Atlântico rumo ao leste. Com o Nimitz, já são dois porta-aviões norte-americanos posicionados na região — o USS Harry S. Truman está no Oriente Médio desde maio.
O reforço ocorre após Israel lançar, na última quinta-feira (12/6), uma ofensiva preventiva contra o programa nuclear iraniano. O ataque agravou o clima de instabilidade, embora os dois países sejam rivais históricos. O avanço do programa atômico iraniano já vinha sendo alvo de críticas da comunidade internacional, especialmente de Israel, que vê o Irã como ameaça direta à segurança regional.
Apesar do aumento da presença militar, autoridades dos EUA afirmaram que alguns desses deslocamentos são rotineiros ou fazem parte de exercícios da Otan na Europa. O Departamento de Estado negou qualquer participação direta nos ataques israelenses e reiterou que o apoio a Israel é apenas em caráter defensivo.
Os Estados Unidos não participam diretamente do conflito, mas o presidente Donald Trump, em seu segundo mandato, assumiu protagonismo nas negociações nucleares com Teerã. Na semana passada, Trump declarou que os EUA podem se envolver mais ativamente, dependendo da evolução do confronto.
Do lado iraniano, o ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, disse que o país mantém interesse em avançar nas negociações com os EUA. Ele revelou que já foram realizadas cinco rodadas de conversas e que Teerã estava pronto para apresentar uma contraproposta ao lado americano.
“Durante a rodada anterior, os EUA nos apresentaram uma proposta com pontos problemáticos, inaceitáveis para o Irã. Apresentamos nossas objeções e elaboramos uma nova proposta, com potencial de abrir caminho para um acordo”, afirmou Araghchi.







