
A COP30, que será realizada em Belém (PA), chega com uma meta ambiciosa: mobilizar o equivalente a R$ 7 trilhões por ano para financiar ações contra as mudanças climáticas. Segundo a Folha de S.Paulo, o plano inclui tributos sobre grandes fortunas, jatinhos e artigos de luxo, além de ajustes nas regras bancárias que hoje dificultam o investimento em projetos sustentáveis.
O documento, chamado “roadmap” (mapa do caminho), foi elaborado por Brasil e Azerbaijão e será apresentado durante o encontro da ONU. O texto orienta governos e instituições financeiras a levantar o montante até 2035, propondo a revisão das normas de Basileia 3 — criadas após a crise de 2008 —, consideradas restritivas para investimentos de longo prazo em energia limpa e infraestrutura verde.
Os autores defendem que as mudanças manteriam a segurança do sistema financeiro, mas dariam maior flexibilidade aos bancos para investir em projetos de baixo carbono. A proposta prevê ainda que bancos de desenvolvimento e fundos multilaterais aportem US$ 300 bilhões por ano, com novas fontes de crédito e instrumentos de mercado somando outros US$ 230 bilhões.
A COP30 também discute novas fontes de receita, como o mercado de carbono, a troca de dívidas por investimento climático e o uso de Direitos Especiais de Saque do FMI em programas ambientais. As contribuições de países ricos poderiam render US$ 80 bilhões anuais, e a cooperação entre nações emergentes, cerca de US$ 40 bilhões.
A taxação global de fortunas teria potencial de arrecadar entre US$ 200 bilhões e US$ 1,3 trilhão por ano, enquanto impostos sobre aviação e transporte marítimo poderiam gerar US$ 223 bilhões. Já a taxação de itens de luxo e uso militar acrescentaria outros US$ 112 bilhões ao fundo climático global.




