Manifestação por Benício reúne familiares e pede responsabilização de médica e hospital

Na manhã da última segunda-feira (1º), familiares e amigos do pequeno Benício, de seis anos, reuniram-se em frente ao Conselho Regional de Medicina (CRM), no bairro Flores, Zona Centro-Sul de Manaus, para cobrar justiça pela morte da criança. Com balões brancos e vermelhos, camisas com o rosto do menino e uma faixa com a frase “A dor da família é nossa também”, o grupo reforçou o lema da manifestação: “O luto virou luta”.

Os pais de Benício, Joyce e Bruno Freitas, emocionados, relataram indignação com o atendimento médico recebido pelo filho. Eles afirmam que a médica responsável, Juliana Brasil, demonstrou “despreparo total” e passava grande parte do tempo no celular, enquanto a equipe de enfermagem prestava mais suporte direto à criança.

“Não sentimos firmeza, não sentimos segurança. Médico salva vidas. Ela não salvou a vida do nosso filho. Estava o tempo todo no celular, como se buscasse ajuda de outras pessoas, como vimos nos prints que circularam”, disse Joyce.

Bruno reforçou que o menino chegou ao hospital apenas com uma tosse seca, caminhando e se alimentando normalmente. “Ele entrou andando, tomou água, tomou medicação, até se alimentou na UTI. Depois foi entubado duas vezes. Nosso filho não recebeu o cuidado que merecia”, lamentou.

O delegado Marcelo Martins chegou a pedir a prisão da médica, mas a Justiça negou o pedido, o que revoltou a família, que afirma sentir “sensação de impunidade”. “Em outro caso parecido, o médico foi preso. Por que ela não? Não foi só adrenalina — houve outros erros em todo o processo”, questionou Bruno.

Os pais também criticaram a falta de acompanhamento farmacêutico na administração dos medicamentos. Segundo eles, a dosagem aplicada não era compatível com o peso de Benício. “Um farmacêutico poderia ter percebido o erro e salvado a vida do nosso filho. Confiamos nosso único filho ao atendimento deles”, disse Joyce.

Com gritos por justiça, a família diz que não vai se calar. “Nossa voz está apenas começando. Queremos justiça não só pelo Benício, mas para que outras famílias não passem pelo que estamos passando”, declarou Bruno.

Os familiares afirmam que seguirão mobilizados até que haja respostas concretas das autoridades e do hospital. Para eles, a luta agora é por memória, justiça e responsabilidade.