
A Polícia Civil iniciou, nesta terça-feira (16), a oitiva de gestores do setor de farmácia do Hospital Santa Júlia no inquérito que investiga a morte de Benício Xavier Freitas, de 6 anos. Para a quarta-feira (17), estão previstos os depoimentos de outros três integrantes da administração da unidade hospitalar.
A apuração busca esclarecer por que não havia um farmacêutico atuando no setor de pediatria no momento em que a criança foi atendida e acabou morrendo após receber doses de adrenalina por via intravenosa. A ausência do profissional é tratada como um ponto-chave para verificar se os protocolos de segurança, conferência e liberação de medicamentos foram devidamente cumpridos.
O delegado Marcelo Martins, titular do 24º Distrito Integrado de Polícia, afirmou que também é investigada a emissão de um documento com informação considerada falsa ao Cadastro Nacional de Documentos de Saúde, no qual a médica Juliana Brasil, responsável pelo atendimento, aparece registrada como pediatra. Segundo a polícia, a medida teria sido adotada pelo hospital para atender à exigência mínima de especialistas na área.
Durante os depoimentos desta terça-feira, os gestores da farmácia estão sendo questionados sobre a rotina de funcionamento do setor pediátrico e os procedimentos adotados na liberação de medicamentos no dia do atendimento. A intenção é identificar possíveis falhas ou negligências no controle da prescrição.
Após a conclusão das oitivas, a investigação aguarda o laudo do Instituto de Criminalística do Amazonas, que irá analisar o sistema interno do hospital, incluindo os fluxos de prescrição e autorização da medicação administrada à criança. O acesso completo aos dados depende de autorização judicial, que está em análise na 1ª Vara do Tribunal do Júri.







