
Brasil – Mesmo em meio à grave crise de segurança pública no Rio de Janeiro, o governo manteve a cerimônia de posse de Guilherme Boulos como novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, na tarde desta quarta-feira (28), no Palácio do Planalto. Durante o evento, o deputado fez um discurso forte e repleto de mensagens políticas, com críticas indiretas à megaoperação do governo fluminense que já deixou ao menos 119 mortos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que retornou do Sudeste Asiático na noite anterior, não discursou.
Críticas à violência e recado à elite
Logo no início, Boulos agradeceu ao antecessor, Márcio Macêdo, e pediu um minuto de silêncio pelas vítimas da operação no Rio. Em seguida, lançou críticas à forma como o combate ao crime tem sido conduzido.
— Tenho orgulho de fazer parte do governo do presidente que sabe que a cabeça do crime organizado desse país não tá no barraco de uma favela. Muitas vezes, está na lavagem de dinheiro na Faria Lima, como nós vimos na operação Carbono Oculto — afirmou, em referência à ação da Polícia Federal.
“Sem diálogo com quem ataca a democracia”
Ao assumir oficialmente a pasta, Boulos reforçou que pretende dialogar com todos os setores da sociedade, mas deixou claro seus limites.
— A missão que eu vou ter é dialogar com todo mundo, mas tenho exceção. Não tem diálogo com quem ataca a democracia e trai o Brasil. Com esses, não dialogo — declarou, relembrando os atos golpistas de 8 de janeiro.
Lealdade a Lula e planos para o futuro
Ovacionado pelo público, Boulos destacou a necessidade de combater desigualdades e cobrar dos mais ricos. Ele ainda reafirmou sua lealdade a Lula, lembrando que esteve ao lado do presidente em 2018, quando o petista foi preso.
— Conte sempre com a minha lealdade nos momentos de bonança e nos momentos de dificuldade — disse.
A cerimônia reuniu cerca de mil pessoas, entre ministros, líderes de movimentos sociais e centrais sindicais. Agora, Boulos inicia sua missão de “colocar o governo na rua”, com viagens pelos 26 estados para reforçar a presença do governo federal e fortalecer o projeto político de Lula para 2026.




