Tia de traficante detona o Bope após operação nos complexos da Penha e do Alemão

O Bope publicou nesta quinta-feira (30) nas redes sociais que os mortos na operação nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio, não eram “trabalhadores de bem”.

“Se ele fosse trabalhador de bem, estaria em casa na hora da operação, e não na mata enfrentando a polícia com fuzil na mão”, disse o batalhão, em resposta a um vídeo em que Beatriz Nolasco, manicure e tia de um dos mortos, afirma ter reconhecido o sobrinho Yago Ravel Rodrigues, de 19 anos, decapitado, com a cabeça colocada sobre uma árvore.

Beatriz alegou que Yago trabalhava como mototaxista e não tinha envolvimento com o crime. “Meu sobrinho não tinha um tiro no corpo. Arrancaram a cabeça dele e deixaram na mata”, disse, segundo o O Globo. No entanto, imagens que circulam nas redes mostram Yago empunhando fuzis e com o cabelo tingido de vermelho — cor associada ao Comando Vermelho, facção que domina parte das comunidades onde ocorreu a operação.

Segundo o governo do Rio, 115 dos 119 mortos eram criminosos. O secretário de Segurança Pública, Victor Santos, afirmou que, mesmo sem a perícia concluída, o contexto da operação indica que as vítimas estavam envolvidas com o tráfico.

“Fatores como horário, local e vestimenta das vítimas sustentam a conclusão. Há base para dizer que os 115 mortos são criminosos. Claro que vamos fazer a pesquisa, mas não é um fato se eventualmente algum deles não tiver antecedentes criminais”, disse Santos. Ele acrescentou: “Não conseguimos imaginar um inocente usando colete balístico ou uniforme camuflado”.