
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira que mantém “lealdade absoluta” ao povo venezuelano em meio ao agravamento das tensões com os Estados Unidos, governados por Donald Trump. A declaração foi feita diante de uma multidão em frente ao palácio presidencial, durante ato organizado para empossar novos líderes locais do PSUV.
A crise entre Caracas e Washington se intensifica há meses, marcada por operações militares dos EUA contra barcos suspeitos de tráfico de drogas no Caribe, ameaças de Trump de ampliar ações em território venezuelano e pela classificação do chamado Cartel de los Soles — que, segundo Washington, envolve Maduro — como organização terrorista. O ditador nega qualquer relação com atividades criminosas.
Nesta segunda-feira, duas fontes informaram que Trump se reuniria com conselheiros para discutir a situação venezuelana, após confirmar no domingo que conversou com Maduro.
Durante o discurso, Maduro evocou Hugo Chávez e reafirmou fidelidade total ao país: “Assim como jurei diante do comandante Chávez, juro a vocês lealdade absoluta até o fim. Nunca lhes falharei”, declarou. Ele estava acompanhado de sua esposa, Cilia Flores, e do ministro Diosdado Cabello, que usava um boné com a frase “dúvida é traição”.
A Assembleia Nacional também suspendeu uma sessão extraordinária que debateria a criação de uma comissão para investigar ataques a embarcações. A reunião foi remarcada para terça-feira, dia regular de trabalhos. Desde setembro, ações dos EUA contra barcos suspeitos no Caribe e no Pacífico resultaram em ao menos 21 ataques e 83 mortos.
Segundo o presidente da Assembleia, Jorge Rodríguez, a iniciativa busca proteger as famílias das vítimas, após encontro com parentes dos mortos.







