
O grupo Alimentação e Bebidas registrou aumento de 1,47% em dezembro, frente a 1,34% em novembro, contribuindo com 0,32 ponto percentual para o IPCA-15, que fechou o mês em 0,34%.
O destaque na aceleração da inflação de alimentos vem das proteínas. Segundo Gabriela Faria, economista da Tendências Consultoria, o preço das carnes deve aumentar em pelo menos 16,6% no valor pago ao produtor, refletindo na indústria e no consumidor.
Além das carnes, café e açúcar pressionam os preços devido à oferta limitada. Por outro lado, os grãos, como soja e milho, devem ter impacto neutro na inflação. A consultoria projeta um aumento de 9,1% no IPCA alimentos em 2024, com viés de alta, após uma previsão de 6,2% para 2023.
Produtos como óleo de soja, leite, hortaliças, frutas e verduras também geram preocupação, dada sua sensibilidade a fatores climáticos. A seca histórica de 2023 ainda afeta as lavouras de hortifrútis, e os próximos dois meses serão cruciais, segundo Cesar de Castro Alves, gerente da consultoria Agro do Itaú BBA.
– Apesar da recuperação rápida das lavouras, perdas podem gerar pressão momentânea na inflação – alerta Alves.
Ele destaca que a alta no preço do café ainda não chegou totalmente ao varejo e que produtos básicos, como trigo, arroz e feijão, terão comportamento diverso, dependendo de fatores como o câmbio e condições climáticas.
Para José Carlos Hausknecht, sócio-diretor da MB Agro, o câmbio será um fator decisivo.
– Um dólar acima de R$ 6 pode elevar a pressão inflacionária, exigindo política monetária mais restritiva. A falta de confiança nas medidas fiscais do governo agrava a situação – conclui.







