Convocados pela Frente Brasil Popular, partidos políticos, movimentos sociais e sindicatos, voltam às ruas neste sábado, 19, em todo o país, para protestar contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em Manaus, o ato deve começar a partir das 15h, na praça da Saudade, Centro.
Os manifestantes de esquerda acusam o presidente de “negacionista” por não ter sido a favor da vacina e de ser o responsável pela morte de quase 500 mil pessoas no Brasil vítimas da Covid-19.
O presidente estadual do PCdoB, Eron Bezerra, confirmou que a manifestação da Frente Brasil Popular tem como tronco básico o PCdoB e PT, mas é aberta a todos os partidos e para a população.
“O PCdoB e todo o movimento popular estará presente, naturalmente. Não podemos aceitar mais esse desgoverno, que combina tragédias múltiplas: economia, saúde, ambiental, social e moral. Por isso, Bolsonaro é criminoso e várias pessoas de seu governo estão sendo incluídos como investigados pela CPI”, alfinetou.
De acordo com o presidente do PSTU, Gilberto Vasconcelos, as manifestações do último dia 29 de maio, realizadas em todo o Brasil, foram importantes para barrar a política genocida de Bolsonaro e seus cúmplices.
Vasconcelos afirmou que o Amazonas segue os passos do governo federal quando flexibiliza o retorno de serviços não essenciais, determina o retorno presencial das aulas sem vacinação de toda comunidade acadêmica e nada faz para combater a miséria enfrentada por mais da metade da população.
“No dia 19 vamos às ruas para construir uma saída para a profunda crise criada pelos ricos, mas que está sendo paga pela classe trabalhadora e a população pobre de nosso país. É uma luta pela vida, pois quase 500 mil pessoas morreram por falta de vacinas, pelo ‘negacionismo’ de Bolsonaro e seus aliados. Sãos trabalhadores que estão morrendo, enquanto os ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres”, afirmou.
Críticas a Bolsonaro
O cientista político, Carlos Santiago, afirmou que vários partidos devem partidos devem participar da manifestação contra a política “negacionista” do presidente Bolsonaro.
“Existem outros partidos e, também, movimentos sociais que estão promovendo essa manifestação. Tem o aspecto da crítica por conta de decisões erradas de governantes sobre a pandemia, mas tem ainda uma antecipação da disputa eleitoral de 2022”, avaliou.
Na avaliação de Santiago, tanto os apoiadores de Bolsonaro, quanto os seus opositores estão nas ruas. “Bolsonaro de motociata e os adversários nas passeatas. Os dois lados acabam agindo de modo ‘negacionista’ porque o Brasil passa pela pior tragédia sanitária da sua história, com quase meio milhão de pessoas mortas e outras com sequelas, com orientação médica para que não haja aglomeração. Mesmo assim, os dois polos estão fazendo manifestações”, alfinetou.
Carlos Santiago criticou, nesse momento de pandemia, a luta pelo poder e o descaso com a prevenção sanitária. “Isso demonstra que no Brasil a luta pelo poder é mais intensa que a prevenção de uma pandemia. Aliás, essa foi a tônica durante toda pandemia”, ressaltou.
O Portal entrou em contato com o presidente estadual do PT, deputado Sinésio Campos, mas até a publicação da matéria não obteve retorno.