Homofobia: Dono do Moai e esposa são acusados de agredirem morador de condomínio

Um homem de 36 anos, denunciou ter sido espancado, por volta das 22h, desta terça-feira (31), no residencial River Park, na Av. Torquato Tapajós, onde reside. A vítima, que mantém um relacionamento homoafetivo há 8 anos, disse ter sido atacada pelo proprietário de uma casa de shows na Ponta Negra, o ‘Moai Restobar’ e, pela esposa dele, após uma série de xingamentos “viado”, “bixinha”, “filho de bandido”. A vítima registrou um B.O por lesão corporal e vai acionar o agressor na justiça.

Casal que teria agredido o homem

Bruno Carvalho Medina, de 36 anos, vendedor, estaria chegando do trabalho, quando encontrou Gerson de Araújo Sampaio, e a esposa Paula Paiva, no hall de entrada da mesma torre do condomínio onde reside. Segundo Bruno, antes de entrarem no elevador, o homem dirigiu a palavra a Bruno para pedir que ele parasse de jogar “porcarias” no seu andar. Bruno retrucou, negando que fizesse tal coisa. No mesmo instante, o dono do Moai, partiu para cima de Bruno e o jogou no chão. Paula, a esposa de Gerson, desferiu vários socos no rosto de Bruno. Ainda segundo a vítima, o casal iniciou uma série de insultos contra ele, chamando-o de “bixinha”, viadinho”, “filho de bandido” e ainda fizeram ameaças “eu vou acabar com a sua vida”.

Veja as imagens da agressão registrada nas câmeras do residencial:

Bruno é o homem que aparece nas câmeras de camisa azul, sendo agredido pelo casal.

O vendedor contou que logo após os ataques, acionou a polícia, mas, para ele, foi um momento de mais humilhação. O empresário iniciou uma série de ofensas e agressões verbais de cunho homofóbico, além de de injúrias e difamações, na presença dos policiais, que nada fizeram para impedir. Ainda, segundo Bruno, após o constrangimento, os policias entraram na viatura e foram embora.

Ainda segundo Bruno, Gerson chamou dois homens para reforçar as ameaças contra ele e contra seu pai, o síndico, na frente dos seguranças do condomínio, que também não reagiram.

Para Bruno a agressão foi motivada devido uma Eleição para sindico ocorrida no condomínio residencial River Park, em março deste ano.

O pai de Bruno, a vítima, foi o vencedor no pleito com um número expressivo de votos. Na ocasião, o pai de Gerson, também concorria, mas não foi eleito.

Bruno relatou que o empresário já promoveu várias intrigas com outros moradores.

Bruno contou que Gerson e a esposa, podem ter sido motivados também, por uma comissão Interventora criada no condomínio por moradores insatisfeitos, criada pela chapa perdedora, para “bater de frente” com as decisões do síndico.

Nos encontros, essas pessoas divulgam falsas denúncias e causar dissensões entre os moradores. Pois, mesmo com investigações contra o pai de Bruno, nada foi encontrado que justificasse tais atitudes. Inclusive, causaram a demissão sem causa aparente, de vários funcionários no prédio, que faziam parte da equipe do síndico há anos.

Bruno relatou também que um morador alcoolizado, tentou arrombar a porta de seu apartamento, chamando-o de “filho de bandido” devido a acusações infundadas e sem provas, repassadas em uma das reuniões da comissão interventora.

A vítima procurou o 18º Distrito Integrado de Polícia e registrou um Boletim de Ocorrência, além disso, procurou a justiça e vai pedir indenização por danos por ter sido discriminado em razão de sua orientação sexual.

HOMOFOBIA

Em junho de 2019, o STF decidiu pela criminalização da homofobia e da transfobia, determinando que a conduta passe a ser punida pela Lei de Racismo (7716/89). “Enquanto não for editada a lei pelo Congresso que regulamente o tema, a homotransfobia será tratada como um tipo de racismo.

Constitui crime, portanto, praticar, induzir, ou incitar a discriminação ou preconceito em razão da orientação sexual de qualquer pessoa”. A pena pode variar de um a três anos, mais multa, podendo chegar a cinco anos se houver divulgação do ato homofóbico em meios de comunicação, como nas redes sociais.